Dividindo o amor…

Uma mulher no restaurante, com seu filho de cinco meses, brincava com a criança, que retribuía feliz dando risadinhas e fazendo os barulhinhos típicos de bebês. Na mesa ao lado, havia um casal com dois filhos, um de cerca de cinco anos e outro ruivinho de 8 meses. Nas duas cenas, uma coisa chamou minha atenção: o bebê era muito curtido e amado pela mãe.

Não é a primeira vez que me deparo com essas cenas e me emociono. Uma cena normal e corriqueira, em um restaurante, onde mães levam normalmente seus filhos para fazer uma atividade comum: almoçar! Eu também saía assim com a Mônica, e me faz muita falta não ter condições de ter essa situação com meus trigêmeos.

Meus filhos são muito amados e curtidos por mim e por meu marido. Nos descabelamos para dar a todos a atenção que merecem diariamente, mas sempre me parece que não é o suficiente. A Mônica teve o pai e a mãe na versão integral, passeou muito conosco, que por nossa vez, não abrimos mão de muita coisa depois que ela nasceu. Com muita frequência levávamos ela junto onde queríamos ir.

dividindo o amor

Mas com os meninos tudo é tão diferente. Eu não consigo simplesmente levá-los comigo quando almoço em um restaurante, eu não consigo levá-los comigo ao aniversário de algum coleguinha de escola da Mônica, eu não consigo passear com eles no shopping, eu não consigo dar a mão à eles e ir à padaria da esquina. Eles sempre ficam em casa porque não tenho coragem de ir sozinha com eles a lugar nenhum porque eles ainda não têm idade para entender que precisam tomar cuidado e ficar ao meu lado.

Muitas pessoas me dizem que gostariam de ter gêmeos ou trigêmeos, mas a maior parte do tempo eu sinto que eu gostaria de ter tido cada um dos meus filhos individualmente, para que eu pudesse dar à eles todo o amor e carinho que merecem em cada pequena fase de suas vidas. Eu queria poder tirar uma semana de férias só com um deles para curtir e dar atenção exclusiva à ele. Mas como eu faria isso, se isso significaria privar os outros do convívio com a mãe por uma semana?

A maior questão quando a gente tem múltiplos não é o trabalho que dão, ou o nosso cansaço por ter que cuidar de tantos filhos da mesma idade. Ao meu ver, a maior tarefa é ser capaz de zelar pelo bem-estar, dando o amor e carinho que cada um merece, atendendo as necessidades de cada um. É buscando a resposta dessa equação que eu perco meu sono, que eu choro abraçada no meu marido, que eu sinto o peso enorme da responsabilidade nas minhas costas. Às vezes, o peso do que não tem solução me prensa, e chorar traz alívio. No final, para balancear, tudo que faço é seguir meu coração. Mas esse coração também sofre por amor…

16 comentários

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    Michelle, eu entendo bem o que voce quer dizer… tenho gemeos e apesar de serem pequenos eu ja sinto esse peso nas costas. Tem hora que estou dando chamego, colinho e beijos para um e sinto um peso no coracao de ver o outro na cadeirinha sozinho, pensando, olhando para os lados… e quando eu inverto os papeis dos gemeos eu sinto a mesma coisa pelo que acabei de colocar na cadeirinha. Ser mae gemelar é maravilhoso, mas nessas horas é horrivel :/

    1. Michele Kaiser

      A gente se sente culpada 100% do tempo!! Ai ai… Bjs!!

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    Fernanda Couto

    Verdade Michele, sou mãe de trigêmeos de quase 10 meses (são do dia 10) e estou sentindo essa culpa, quando chego do trabalho os 3 me dão os bracinhos e eu fico sem saber em qual ir primeiro, vontade de abraçar os 3 ao mesmo tempo, nessas horas invejo o polvo! rsrsrs

    1. Michele Kaiser

      Eu tb invejo! Queria muito ter um colinho grande para todos! Quando dou colo para um, ele se exibe para os outros. Gostaria de ter todos ao mesmo tempo no meu colinho! Beijos!

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    Elisabete

    Acho que uma das maiores preocupações das mães é se conseguiremos dar conta de tudo, uma coisa que falo para minhas amigas que querem ter mais filhos, é isso, estar ciente de que vai surgir situações que os filhos vão precisar estar sobre supervisão de outra pessoa e vamos ter que confiar, por que é assim mesmo, não dá pra ficar se sentindo culpada por que senão a gente fica louca, o importante é que eles estejam em segurança e não se sintam abandonados.Bjs

    1. Michele Kaiser

      Ser mãe é difícil, uma provação em todos os sentidos. Que bom que a recompensa vale a pena, né? Um beijo!

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    Ana Karoline Rodrigues

    Começo minha jornada com meus trigêmeos na semana que vem e já me sinto assombrada pela culpa. Imagino q seja um caminhar cheio de dificuldades mas com um infinito de alegrias, eu amo tanto meus 3 milagres e dai acho q vem a culpa eu queria dar td de mim para cada um deles e ainda tenho a Rebeca que ta na fase de querer chamar atenção o tempo todo. Só peço a Deus sabedoria para fazer meu melhor e tornar meus 4 tesouros crianças e adultos felizes e com a certeza de q são muito amados.

    1. Michele Kaiser

      A culpa nunca larga uma mãe. Não importa quantos filhos tenha. Boa sorte na tua jornada! Um beijo.

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    Marisa

    Oi Michelle, muito obrigada pelos relatos que escreve, me emocino com todos. Tenho um filho de 2 anos e estou grávida de gêmeos e seus posts tem ajudado a me preparar para a loucura de três filhos pequenos. Obrigada mesmo! Bjs

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    Nathália

    Oi Michele, acompanho teu blog desde que os meninos ainda eram de meses. Já te escrevi algumas vezes e adoro porque você mesmo muito atarefada tenta responder a todos. Sou uma jovem de 24 anos, concurseira, solteira, não sou mãe e nem achei aquele que poderia vir a ser pai do meu filho, hahaha. Não lembro ao certo como te encontrei, mas recordo muito bem de todos os seus textos, contando sobre suas dúvidas, culpas e alegrias com esses 4 diamantes. Como disse anteriormente, acompanho vcs a um bom tempo e me sinto da família! Te admiro pra caramba, sério mesmo. Te acho super sensata, sempre pesa tudo que vai fazer e dar o melhor de si pra ser a excelente mãe que é. Creio muito que Deus não dar aquilo que seu filho não possa aguentar. Se ele te deu essa benção de ter 3 ruivinhos lindos de uma vez, acredite, ele sabia que você daria conta do recado, então não se culpe, vc tá desenvolvendo seu papel com louvor!
    Me tira uma dúvida? Li por aí que mulheres altas têm mais propensão a terem filhos gemelares, então, se não for incômodo, vc pode me dizer qual sua altura? Beijos!

    1. Michele Kaiser

      Obrigada por nos acompanhar há tanto tempo, Nathália! Gosto muito desse contato com quem lê o o blog e é por isso que tento responder todos que me escrevem! Obrigada pelo seu carinho. Quanto à sua dúvida, eu tenho apenas 1,62m. Já li em muitos lugares que a gemelaridade idêntica ainda não é explicada. Mesmo que existam famílias ou regiões onde o fato acontece com bastante frequência, a medicina ainda não tem explicações para porque acontecem os gêmeos univitelinos. Beijos!!

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    Thais Nicolini

    Oi Michele! Sobre isso que desabafei contigo num outro post, lembra? Acho meio que injustinho (só um pouquinho) ser gêmeo, ou tri ou mais… as vezes vejo uma mãe passeando com seu bebezinho e fico com uma invejinha… cada vez q vou sair com os guris é uma maratona, exaustiva demais pra ser divertida…mas Deus é grande e continuo pegando os dois juntos no colo, sem conseguir escolher, enquanto eu puder!
    Bjs

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    Bruna

    Oi Michele eu tenho gêmeas de dois anos de idade sinto tanta culpa em tudo e por tudo. Hehe agora quero ver se consigo que elas durmam sozinhas no quarto mas nem comecei e já estou me sentindo culpada por parecer que vou abandona_las as vezes também penso como seria bom se tivesse uma de cada vez pra dar mais atenção mais carinho! Sou tão fiasquenta que não tive coragem de voltar a trabalhar só para ficar tempo integral com elas e nem tenho coragem de colocar elas na escolinha acho que sou protetora de mais tenho medo das pessoas, de deixar em algum lugar e não estar vendo o que estão fazendo coisas do mãe. Bjuuu sempre acompanhando vocês..

    1. Michele Kaiser

      Pois é, Bruna. A gente fica mais paranoica quando tem mais do que um, né? Mãe sempre se sente culpada. Fica com elas em casa o máximo que puder (e quiser) e depois coloca na escola direto. Foi assim que eu fiz. Não quero dizer que o meu jeito é o melhor, mas ao menos a gente se sente mais tranquilas com eles em casa. Um beijo e obrigada por nos acompanhar.

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    Jacque Reis Rocha

    O sobrenome de toda mãe é ” Culpa”. Por mais que façamos, sempre nos sentimos em dívida, parece que nossos filhos sempre têm falta de algo. Nunca seremos boas o suficiente na nossa própria avaliação. Se te consola, meu número de filhos é a metade do seu e eles tem uma diferença de 5 anos, e eu constantemente me sinto exatamente assim. Eu tenho muito cuidado para que o mais velho não se sinta preterido, esquecido, menos amado, ou menos interessante… Meu marido e eu nos revesamos para dar atenção individual a cada um e fazemos esforço para que o mais velho não perca de nós nada do que tinha antes do bebê nascer…
    Mas, sempre parece que falta…As vezes, eu olho pra eles e choro…Me sinto tão em dívida!
    Mas, pensando bem, mesmo antes do bebê, eu senti isso, qua do tinha apenas um filho. Por vezes eu repito para o meu marido que meus filhos mereciam uma mãe melhor.
    Meu marido não entra nessa neura, ele sempre me fala com muita segurança que fazemos o melhor que podemos e sempre repente : ” quem dera todas as crianças tivessem uma mãe como você, uma família como a nossa!” Isso me alivia por algum tempo, depois voltam os mesmos questionamentos. Normal, né?!
    Então, Michele, vou dizer o mesmo pra você: ” quem dera todos os múltiplos tivessem uma mãe como você, uma família como a sua!” Você é maravilhosa, querida, e com certeza está fazendo um ótimo trabalho!

    1. Michele Kaiser

      Jacque, tem coisa melhor do que receber um comentário como esse seu? 🙂

      Você tem toda a razão. A gente se culpa sempre e sempre vai se culpar. Mas acho que fazemos isso pelo simples fato de estarmos preocupadas em estarmos dando o nosso melhor.

      Que bom que nossos filhos nos têm! Um beijo!

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