Assim como diversas outras coisas aqui em casa, o sono dos trigêmeos segue uma rotina bem estabelecida. Desde que eram pequenos, eu e meu marido conseguimos fazer com que eles tivessem o “ritual do sono”, o que resultou em noites bem dormidas e tranquilas. Não foi fácil, mas desde os 9 meses, mais ou menos, os meninos dormem a noite inteira, com exceções de períodos quando ficam doentes ou raras noites em que acordam e vêm para a nossa cama.

A grande parceira nessa nossa empreitada sempre foi a dona chupeta (o bico). Ela nos ajudou a tirar a mamadeira da noite e a acalmar os meninos para que pegassem no sono sozinhos quando os colocávamos nos berços. Quando os meninos eram recém-nascidos e tinham cólica, insisti para que pegassem o bico pensando que ajudaria a acalmá-los. Sempre pensei que a tarefa de “largar a chupeta” seria traumática, mas aqui em casa os meninos acabam querendo a dita cuja somente para dormir mesmo. Eles não fazem uso da chupeta a não ser para dormir. Ela, então, continua sendo nossa parceira e fiel escudeira para fazer o Marcelo e o Matheus dormirem. É… Murilo está dando trabalho.

Há alguns meses, escrevi sobre o fato de Murilo ter simplesmente abandonado sua chupeta. Um dia ele começou a só chupar o bico invertido e, dias depois, implicou totalmente e largou. Fiquei contente por não ter sido uma situação difícil (e por não precisar envolver o Papai Noel na jogada), mas desde então, fazer o sapequinha dormir tem sido um trabalho para a dona paciência.

Coloco os meninos para dormir às 21h e fico no quarto com eles até pegarem no sono. Eles deitam, se agarram em suas cobertinhas azuis e ficam ali virando de um lado para o outro, chupando seus biquinhos. Murilo morde a coberta e quase a enfia toda na boca. A sequência é sempre a mesma: Matheus – sempre o primeiro a dormir – vai pegando no sono devagarinho e quietinho; Marcelo dá umas rosnadas e uns gemidinhos, como se estivesse brigando contra o sono, mas logo em seguida dorme; e Murilo me dá a maior trabalheira. Enquanto Matheus e Marcelo demoram uns 5 a 10 minutos para dormir, eu fico com o Murilo no quarto cerca de 40 minutos!

Ele vira para um lado, solta um gemido. Vira para o outro, solta um rosnado. Se vira de bruços, faz um arco com as costas, senta na cama. Me olha com cara de sapeca e ri. Parece que espera os outros dormirem só para ter esse momentinho comigo. Mas aí se eu entro na onda dele e beijo, abraço ou faço cócegas, ele fica brabo. Se dou risada, ele diz: “não, mamãe”. A única coisa que ele aceita é que eu fique de pé ao lado da cama dele. E ele mastiga e mastiga aquela coberta.

Murilo dormindo como um anjinho.

Já tentei pegar no colo para acelerar o processo. Quando eu faço isso, ele sempre resolve que está com coceira bem naquela orelha que fica próxima ao meu peito. Aí ele fica tentando coçar e briga comigo. Acabo o devolvendo para a cama, quando começa tudo de novo. Resultado: ele sempre dorme depois de cerca de 40 minutos. Não há nada que eu faça que diminua esse tempo. Enquanto os irmãos já estão roncando, ele segue naquele vira, mexe, senta, deita, geme, rola. É um queridinho.

Ainda não encontrei solução para a questão, sigo exercitando a minha paciência. Já percebi que meu Murilinho gosta de ser diferente. Ele também é o único dos quatro filhos que não toma leite, lembram? Até mais!

Leia também:

Como Murilo largou o bico

O que fazer quando a criança não quer leite?