Quinto dia de aula dos trigêmeos

Hoje foi o quinto dia de aula dos trigêmeos na escola e em turmas separadas! A semana foi um pouco estressante para as crianças e para os pais. Hoje foi um dia que eu tive vontade de trazer meus três menininhos de volta para casa, para debaixo das minhas asas.

Nessa sexta-feira, os meninos acordaram mais cedo do que o costume (acordaram antes das 7h). Durante a manhã, conversamos sobre a escola e eles disseram que não iam chorar. Diferente do que eu havia programado, me senti obrigada a colocá-los dormir antes da aulinha. Almoçaram às 11h15 e foram dormir às 11h40. Fiquei com medo que acordassem de mau humor, então, mais uma vez, deixei as janelas abertas e às 12h30 abri a porta do quarto para que acordassem por conta própria.

Fui novamente arrumando os lanches e as mochilas e o Marcelo apareceu na cozinha. Pensem em uma criança mal humorada! Estava irritado, chorão e não queria nada com nada. Conversei numa boa, nem falei em escola. Alguns minutos depois, chamei para colocar o uniforme e ele não reclamou. Alguns minutos depois, com carinha de choro, me disse que hoje ele não queria ir para a escola. Enquanto isso, Murilo e Matheus dormiam um sono pesado.

Já contei no relato do quarto dia de aula que a aula deles será das 13h05 às 17h20 a partir da segunda-feira que vem, mas que nessa semana de adaptação as aulas iam das 14h às 16h15. A Mônica não estava tento horário especial, então, estava sendo um pouco chato cansativo levar ela, voltar para casa e sair de novo com os meninos. Hoje, quando papai levou ela para a escola e voltou, Murilo e Matheus ainda estavam dormindo. Era cerca de 13h30 quando eu resolvi acordá-los. Murilo chorou, esperneou, fez manha. Mas ao menos o Matheus disse que iria para a escola e que não iria chorar.

Fomos conversando com eles e vestindo os uniformes aos poucos. Sem forçar, sem apressá-los. Para aceitarem sair de casa, deixamos que levassem seus bonecos do Homem-aranha, Hulk e Capitão América. Preferimos nos atrasar levemente para não chegar na escola no horário das outras crianças. Chegamos às 14h10. Isso foi porque sempre têm diversas crianças chorando na chegada, o que acaba sugestionando as outras a chorarem também. Tentamos isso hoje porque ontem foi muito difícil.

Bem, nossa tática não funcionou e, ao entrarem na escola, todos eles começaram a chorar dizendo que queriam ir embora. TODOS!! Com muita dor no coração, autorizei os monitores a pegarem cada um no colo e levarem para as salas de aula. Eles foram berrando! Optei por não dar espaço para o choro deles. Assim que começaram a chorar, não peguei no colo nem dei chance para as manhas. Eu estava com o coração despedaçado, mas tive que ser firme e deixá-los ir. Não foi fácil…

Esperei cerca de 10 minutos ali fora até que viessem me contar o que tinha acontecido. Me contaram que, assim que viram a professora e os colegas, os três se acalmaram. Fiquei em dúvida se foi isso mesmo que aconteceu ou se eles só queriam que eu ficasse tranquila e fosse embora (risos!).

Na hora da saída

quinto dia de aula dos trigêmeos

Para que chorar tanto se na saída estão felizes assim?

Hoje o papai não trabalhou de tarde e foi junto comigo buscar os trigêmeos às 16h15. Quando as portas se abriram, corremos em direção às salas e vimos o Marcelo pelo vidro, brincando calmamente com giz de cera. Resolvemos buscar o Murilo primeiro, já que o Marcelo estava bem. O Murilo fez uma festa enorme ao nos ver. Pegou a mochila e queria ir urgentemente buscar os irmãos. Fomos em direção à sala do Matheus, que ficou radiante em ver o papai. Voltamos o buscamos o Marcelo. Como já tinha passado uns 5 minutos desde que buscamos o Murilo e o Matheus, vários pais já tinham buscado os filhos na sala do Marcelo. Por isso, ele já estava triste no colo da monitora perguntando onde estava a mamãe.

A professora do Marcelo contou que todos os dias essa semana ele chorou na chegada na sala de aula. Disse que hoje foi o dia que ele menos chorou. Na opinião dela, ele está se enturmando com os coleguinhas da mesa dele e está brincando e interagindo cada dia mais. Hoje brincou com um menino e veio nos mostrar quem era o amigo e qual era o nome dele. Olhando ele chorar daquele jeito na chegada, pensei que ele estava regredindo. Mas ela me disse ao contrário, que ele não chorava na chegada na escola mas sim na chegada na sala. Bom, essa até que foi uma boa notícia!

Murilo, que ontem abriu o berreiro e hoje também, está bem participativo, segundo a professora. Mas eu noto que ele é o que mais está sentindo essa diferença na vida deles que é a ida para a escola. Ela fica mais desanimadinho e com cara de coitadinho. Morro de dó.

Matheus me parece ser o que está se dando melhor. Mesmo tendo chorado, está bem conectado com a professora e já tem histórias para contar sobre a escola e os colegas. Hoje ficou boa parte do período escolar brincando com um amiguinho com bonequinhos. A profe dele me disse que percebeu como ele gosta dessa brincadeira e de inventar historinhas para interpretar com os bonecos.

Impressões da primeira semana de aula

Foi uma opção minha deixar os meninos em turmas separadas na escola. Quando falo sobre isso, muitas pessoas – na escola mesmo – questionam minha decisão sobre o sentimento deles em ficar separados. Eu quero promover a individualidade e facilitar a vida das professoras, incentivando que tenham suas próprias experiências na escola.

Depois dessa primeira semana de aulas, penso que eles estranharam muito ficar separados. Estão juntos e grudados desde o útero e, mesmo que briguem muuuuito, estão sim sentindo a falta dos irmãos. Eu acho que foi por isso que eles choraram nesses últimos dois dias e também acho que ainda vão chorar muito na chegada na escola na semana que vem.

Percebi que meus filhos são um pouquinho “bichos-do-mato”. Não se misturam muito. Fico em dúvida se isso está acontecendo porque são tímidos, ou porque são múltiplos. Vai ser bom separá-los e ver o resultado a longo prazo.

Minha esperança é que, nesses dois dias de folga da escola no fim de semana, eles sintam falta de ir. Também contarei com a ajuda, entusiasmo e alegria da Mônica, que sempre chega muito feliz ao colégio e pode contagiá-los com seu bom humor e felicidade. A partir de segunda-feira eles vão para a escola no mesmo horário que ela. Serão 4 horas na escola, ao contrário de apenas duas agora na adaptação.

Torçam pela gente! E continuem acompanhando nossos relatos! Até mais!

6 comentários

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    Renata Mamy

    Querida seus filhos estão sofrendo muito, pense no trauma que isso pode lhes causar, tão novos e sofrendo a dor da separação.
    É a mesma coisa que dizer a uma mãe que se ela colocar seu filho na cama vai entregá-lo.
    Só quero lhe ajudar.

    1. Michele Kaiser

      Discordo. Mas obrigada pelo conselho 😉

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    Olivia chorou muito no quinto e sexto dia, mas não deixei ela comigo, ela seguiu pra escola. Onde ela e o pedro estudam, não podemos entrar no pátio, então os monitores vão reunindo os irmãos ou as turminhas e quando os pais chegam eles estão brincando fora da classe. Atualmente eles vão e voltam de van, então recebemos os dois na porta de casa, eles adoram quando já estamos lá fazendo festa do lado de fora.
    Pergunte a escola se não há uma forma de reunir os meninos para que vc busque todos de uma só vez. Acho que seria bom para eles e para a sua sanidade. É muita sala para passar e buscar os filhos rsrs

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    Helen

    Michele acompanho seu blog há bastante tempo e estou amando seus relatos sobre os trigêmeos na escolinha. Eu não sou mãe (e por enquanto não tenho planos) Eu vi quando você decidiu por o trio na escolinha e em turmas separadas e na hora eu pensei: “Nossa! Que bom!” Pensei isso porque em casos de gêmeos e etc as pessoas mesmo sem querer tendem a coloca-los como uma unidade quando na verdade são duas ou mais pessoas distintas, então essa separação vai justamente estimular a individualidade de cada um (Você mesma pontuou isso) e lhes permitir conviver com coisas e pessoas novas que vão lhes acrescentar experiencias e as mesmas servirão de aprendizado que eles poderão compartilhar entre si nos momentos juntos. Sobre a dor da separação eu vejo da seguinte forma: Nós adultos as vezes não queremos o jeito B porque já estamos acostumados com A. O A é comodo, mas o B é necessário, eles estavam acostumados a estarem sempre juntos e veio a mudança e toda mudança causa aversão no inicio, mas logo nos adaptamos a ela e bem hoje eles são pequenos, mas amanhã serão grandes e no decorrer da vida eles passaram por varias mudanças é legal se sentirem confiantes c/o novo, uma vez que desde já estão aprendendo que mudança é chato, mas não é um bicho papão. E se você tivesse optado por não separa-los eu ia discordar, mas não critica-lá porque tudo é uma questão de ponto de vista e podia ser que do seu lado essa fosse a melhor opção e quem melhor pra saber o que é bom pros seus rebentos do que os pais não é? Mil desculpas por este textão.

    1. Michele Kaiser

      Obrigada por ter falado sobre esse assunto dessa maneira. Me senti bem, achando ainda mais que fiz a escolha certa. Penso que as coisas estão um pouco tumultuadas hoje, mas logo eles estarão adaptados e tudo vai se ajeitar. Beijo!

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    Susana

    Olá Michele, sou mãe de gémeos à 7 anos, uma menina e um menino. Eles entraram no jardim de infância aos 3 anos, e andaram na mesma sala até aos 5 anos. Quando foram para a escola primária, matriculei-os em salas separadas… no inicio custou, tão a mim, como a eles… mas hoje acho que foi uma boa opção.
    Na minha opinião, as pessoas têm a tendência de compara-los, o que não é positivo. São gémeos sim, mas têm gostos diferentes, têm de ter experiências diferentes, conhecer pessoas diferentes… incentivar a individualidade de cada um.
    Susana (Portugal)

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