Meu filho rói as unhas – e agora?

Meu filho rói as unhas! E agora? O que fazer? Quando tinha cerca de três anos, um dos trigêmeos – o Murilo – começou a roer as unhas. Não entendi porque ele estava fazendo aquilo. Expliquei para ele que roer a unha poderia trazer diversos problemas, mas nada que eu dizia parecia funcionar.

Meu filho rói as unhas

Murilo.

Os problemas que roer unha causam vão desde trazermos sujeira das mãos para boca até o caminho inverso: levarmos sujeira da boca para as unhas. As mãos sujas trazem bactérias para a boca. A boca suja pode levar sujeira para as unhas e causar micoses, por exemplo. Além disso, a unha roída causa dor e, dependendo da profundidade que a criança rói as unhas, pode causar deformações permanentes na raíz e elas podem nascer tortas (ou encravadas).

Mas colocar pimenta, esmalte especial com gosto ruim ou qualquer outro tratamento de choque estava fora de questão para mim. Será que meu filho estava ansioso? Será que estava tendo alguma dificuldade para expressar seus sentimentos e isso causou o mau hábito?

Com todas essas preocupações na cabeça, me lembrei que na mesma época da vida – aos três anos – Mônica também teve uma fase em que roía as unhas. Mas Mônica tinha já o mau hábito de chupar os dedos. Eu fiquei muito preocupada porque não havia nada que eu dissesse que fizesse com que ela parasse. Mas ela não roeu a unha por muito tempo. Poxa, o que eu fiz na época para a Mônica parar de roer as unhas? Como foi mesmo que ela parou?

A resposta é que eu não fiz nada! Lembro que recebi o conselho de que se eu desse muita atenção ao fato, ela ia acabar roendo ainda mais as unhas. Me lembro de ficar ansiosa e preocupada e de, em alguns momentos, brigar com ela por este motivo. Mas a verdade é que nenhuma briga adiantou. Ela parou de roer sozinha. O hábito durou cerca de 3 meses.

Meu filho parou de roer as unhas

Por isso, decidi fazer o mesmo com o Murilo. Ao invés de brigar com ele quando pegava ele roendo as unhas, decidi ir lá distrai-lo com outra coisa. Todas as vezes em que eu notava que ele estava roendo as unhas, ou eu o convidava para ver alguma coisa no meu celular comigo; ou pegava um brinquedo que eu sabia que ele gostava, etc. Se já estava próximo à hora do banho ou de comer ou de qualquer outra atividade da nossa rotina, eu acelerava o processo para que ele não tivesse tempo de lembrar de roer as unhas.

Claro que tinha momentos em que eu estava trabalhando ou por outro motivo não estávamos juntos. Mas enquanto eu podia, ignorava o fato de ele roer unhas para ver se aquilo seria somente uma fase, como havia sido com a Mônica.

meu filho rói as unhas

6 mãozinhas iguais

Outra tática que usei foi a de cortar as unhas dos irmãos com todos sempre juntos. Eu elogiava as unhas dos maninhos, dizia que ficavam tão lindas quando a mamãe cortava. Aí quando chegava a vez dele, eu dizia: “ué, cadê a unha do Murilo”. Ele me mostrava e eu dizia que ia lixar para deixar mais bonita, mas que ele tinha que deixar a unha crescer. Ou seja, parei de xingar e brigar. Deixei as coisas acontecerem. Prestando atenção, sem falar nada.

Foi tão natural que nem percebi quando ele foi deixando de roer. Um dia, fui cortar as unhas de todos e percebi que as dele tinham crescido. Elogiei muito e, na semana seguinte, lá estava ele com as unhas bonitinhas de novo na hora de cortar.

Como mãe de quatro filhos, o que eu mais observo é que as crianças, mesmo criadas da mesma maneira, são seres humanos completamente diferentes uns dos outros. Mas minha experiência como mãe me mostra que assustar-se ou preocupar-se exageradamente com alguma coisa às vezes faz com que o problema se intensifique. Ao invés de resolvê-los, às vezes aumentamos o problema.

Então, no caso dos meus filhos, funcionou observar e parar de chamar a atenção. Brigar não adiantou nada e, na minha opinião, colocar coisas com gosto ruim na unha só iria traumatizar. Mesmo assim, é muito importante estar muito atento à mudanças de comportamento da criança. Muitas vezes o fato de roer as unhas é uma consequência de alguma situação que está causando stress ou ansiedade na criança. Esteja sempre atento e escute seu(a) filho(a). Converse com ele(a). A melhor maneira de resolver qualquer problema é descobrir a origem deles. Até mais!

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