No dia 22 de março de 2013, quando descobrimos que eu esperava gêmeos, mandei uma mensagem para minha mãe: “são gêmeos!”. Soube que ela guarda essa mensagem no celular até hoje. Liguei pra ela em seguida. Ela contou que estava respondendo à mensagem quando o telefone tocou. Eu estava apavorada! Mas ela achou a ideia muito divertida.
Dez dias depois, já conformada com o fato e começando a curtir os gêmeos, descobri que esperava trigêmeos, não apenas dois. Havia marcado o exame para confirmar a gravidez gemelar, tendo a médica me alertado da possibilidade de o organismo reabsorver um dos embriões. Não só tinha dois, como tinha três! Dessa vez liguei direto para minha mãe, sem mensagens: “bah, filha, agora me assustei”, foi o que ela me disse.
Preocupada comigo e com o bom andamento da minha gestação, a mãe vinha me visitar em Caxias do Sul com mais frequência do que o costume. Ficava alguns dias aqui, voltava para a casa dela em Taquara, voltava pra cá. Numa dessas ela sofreu um acidente de carro, às vésperas do casamento da minha irmã, e por sorte não houve nada de grave (apesar do carro ter dado perda total).
Ela e meu pai, então, resolveram que deveriam me ajudar e decidiram mudar-se para cá. Alugaram um apartamento semi-mobiliado no condomínio onde moro e, em 3 de agosto de 2013, eu com 25 semanas de gestação trigemelar, vieram morar aqui com o propósito de ficar um ano me ajudando com a filharada.
No início eu não podia sequer levantar um prato. A recomendação médica era repouso absoluto. Ela trocava as fraldas da Mônica (que tinha recém completado dois anos), fazia comida pra nós, lavava roupas e etc. e tal. Meu pai era nosso faz-tudo. Consertava coisas, ia no banco, no supermercado… Eu não movia uma palha. Graças a tudo isso, pude levar a gestação, com sucesso, às 34 semanas, e os trigêmeos vieram ao mundo em 4 de outubro de 2013.
Em 19 de outubro (com 15 dias) os bebês puderam vir pra casa. Foram dias cansativos e exaustivos e meus pais estavam sempre à postos, me ajudando. Passavam o dia aqui comigo. Iam pra casa somente para dormir e tomar banho. Muitas noites nos primeiros dois meses o meu pai passou aqui comigo, até contratarmos a babá para esse turno. Foram tempos difíceis. Ambos são aposentados e abdicaram de seu tempo livre para ajudar a minha família.
Em agosto desse ano completou um ano que estão em Caxias. Decidiram ficar um pouco mais, até o aniversário dos meninos, em outubro. Chegado o aniversário, resolveram prolongar a estadia até o fim do ano. É… E o fim do ano chegou…
Eles entregaram o apartamento alugado no fim de novembro. Meu pai voltou pra casa deles, minha mãe continua morando aqui comigo para me ajudar até que encerrasse meu período de aula com meus alunos e todos tivessem férias no fim do ano. E o fim do ano chegou…
Combinamos que iremos juntos ao sítio dos nossos familiares passar as festas de fim de ano e, após esse período, eles voltarão juntos à casa deles e por lá ficarão.
Por muito tempo temi esse momento. O dia que meus pais iriam embora. O dia que ficaríamos apenas nós seis. Meu marido, meus quatro filhos e eu. Mas a verdade é que não sei o que esperar. Estou contente e grata por toda a ajuda que tive durante esse tempo todo. Sei que eles estão cansados, sei que o fim da linha chegou. Mas será o momento quando eu vou, afinal, ser a total responsável por tudo, sem a ajuda da minha “gerente”. Terei que assumir seu posto em diversos itens que hoje acho essencial que ela faça. Terei que assumir totalmente as noites com os meninos para que a babá volte a me ajudar durante o dia. Terei que me adaptar a uma nova vida sem minha mãezinha por perto me ajudando, orientando, costurando, lembrando o que esqueço. Ah, como foi bom.
Essa é nossa última semana juntas aqui em casa. Tenho certeza que ela sai com a sensação de dever cumprido. A ajuda dela foi essencial. Mas sei que ela e meu pai precisam colocar a vida em ordem novamente. Afinal, os filhos são meus e eu que tenho essa responsabilidade. Agradeço, do fundo do coração, o tempo e o amor que eles dedicaram à mim e aos meus filhos. Mas, o fim do ano chegou. O fim de um ciclo chegou.
Até mais!
Oun, quá chorei aqui. Tudo sempre dá certo. Meio turbulento, mas tudo se ajeita. Beijo
Obrigada, mana Milena! Beijinho.
Se eu que tenho só um não sei o que fazer sem meus pais por perto, imagino tu. Para minha sorte, eles moram do outro lado da rua… No teu caso, todos vão sentir saudades, inclusive os avós, por mais cansados que estejam. Ma tu dará conta. Boa sorte.
Muito obrigada, Fernanda! Vai dar tudo certo!
Tudo vai dar certo Michele e como diz a vó Elvira “coráio” ou coragem. Estou de longe sempre na torcida e sempre disposta a ajudar. Beijos da sua tia Milles.
Obrigada, tia!
Michele, que sorte você teve de ter seus pais ao seu lado por todo este tempo… seja grata eternamente. Saiba que somos capazes de nos adaptar a tudo e quando se trata de nossos filhos, esta força aumenta muito!
Já cuido do meu quarteto sozinha há 1 mês, tendo somente uma ajudante durante o dia e posso te garantir que é tranquilo. Pra você que já tem os três maiorzinhos e independentes em algumas coisas, vai ser fácil.
Trabalho sempre darão… mas a gente consegue!!!
Beijo
Obrigada pela força, Andrea! Sei que é possível, mas como disse no post, não sei muito o que esperar. Vamos ver…
Que mae maraaaaaa
Maravilhosa!
Que benção ter pais dispostos e desapegados assim. Tudo dará certo com as bençãos de Deus.
Obrigada, esperamos que sim, Daniela!
Emocionante….mãe e pai, sempre tão essenciais em nossas vidas!
Tu és esforçada e conseguirás assumir integralmente seu posto frente à família Michele, confio no teu taco! hehehe Ótimo Natal para vcs! beijos!!
Obrigada pela força, Arlene!
Adorei a foto dos nenês em cima da vovó!!!
Foi uma festa!!
Ai, esses avós são demais! Adotei e também sentirei a falta deles! 🙂
Enfim, sempre estaremos ai, muitos colos a disposição, mesmo sabendo que os teus pais são insubstituíveis!
Beijos!
São mesmo, mas uma ajudinha será muito mais que bem-vinda!
oh que lindo, todos sentirão saudades, e eu to como a Milena qua chorei.Te amo Michele.
Tia, agora é tua vez de vir morar um pouco aqui!!
Michele, chorei!!!!!!
Tua mãe e pai realmente foram peças essenciais nesta linda jornada.
Eternamente grata a eles, e tenho certeza, que tu darás conta dos teus lindos filhos!
Se precisar de ajuda, grite!!! Um beijo!
Obrigada, amiga!
QUE LINDAS PALAVRAS…ARREPIO AO LER ESTE DEPOIMENTO..VAI DAR TD CERTO.FELIZ NATAL
Obrigada, Liza! Feliz natal pra vcs tb!
que lindo texto, que linda história!
Parabéns pela familia!!
Obrigada, Camila!! 😉
Michele, conheci você pequenininha, ruivinha, aqui em Marcelino Ramos(RS), donde seus pais moravam e onde também sua irmã, nasceu, fomos colegas de Banco e hoje por casualidade encontrei sua mãe no Face e vi toda estoria , desta aventura dos trigêmeos. Fiquei feliz pelo desfecho de tudo e a vida continua, sejam muito felizes tods, inclusive a mai velha afora dos trigê
meos, Abraços a todos.
Nossa, Ingrid, viu onde fui amarrar o meu burrinho? Hehehehehe. Nossa vida deu uma bela reviravolta, mas tudo ótimo!! Um beijo pra você!