Aquela história da culpa de mãe bate à minha porta novamente. Depois que março começou e reorganizei minha rotina de trabalho, tenho passado menos tempo com as crianças. Ao mesmo tempo, Mônica iniciou a escola e tem trazido algumas gripes e resfriados para casa, resultando em crianças doentes e mãe mais ausente. Ou seja, a matemática perfeita para a culpa.
Gosto muito do que faço e meu trabalho me faz muito bem. Saio de casa, converso com outras pessoas sobre outros assuntos. Trabalho numa sala alugada no condomínio onde moramos, então estou bem perto de casa. Mas, ao mesmo tempo, estou longe porque não posso vir para casa com frequência. Tão perto e tão longe.
Junto à isso já vem aquele sentimento dolorido de pensar que não estou dando a atenção que gostaria aos quatro filhos. Com quatro crianças que têm praticamente a mesma idade, fica difícil prestar atenção e dar atenção aos quatro sem deixar um de lado. Mesmo que estejamos em duas (porque muitas vezes a babá está aqui enquanto eu também estou), eu sou a mãe e eu quero dar tudo de mim pra eles. Mas, eles são muitos!
Esses dias estávamos conversando sobre como é difícil ter trigêmeos. E isso não tem relação com o trabalho que dão! Claro que dão trabalho porque a função é o dia todo, mas me refiro à distribuição da atenção. A gente não consegue perceber as particularidades, incentivar o desenvolvimento de certas habilidades porque estamos sempre cuidando de três ao mesmo tempo. Tenho pena deles em certos momentos. Tenho pena por terem que dividir tanta coisa que teriam se tivessem vindo um de cada vez.
Com a Mônica foi tudo muito diferente. Ela tinha nossa exclusiva atenção. Eu conversava muito com ela, pegava nas mãos para ela caminhar, desenhava e pintava sentada ao lado dela, brincava de diversas coisinhas e passava um tempo de qualidade com ela. Com os meninos, além de me esforçar para continuar dando atenção à ela, ainda quero dar atenção na mesma medida para cada um. No fim, parece que não atingi o objetivo com nenhum. Vou dar um exemplo bobo, mas que acho que resume o que sinto: imagine que você comprou um livro e gostou muito. Você gostou tanto que quis ler o livro de novo, até para prestar mais atenção aos detalhes da história, que podem ter passados despercebidos na primeira vez. Passado um tempo, você viu o livro na prateleira e lembrou como o livro era bom e resolveu ler mais uma vez. No final, você leu o mesmo livro 3 vezes, com 3 percepções diferentes. Agora imagine-se lendo um livro que você está gostando muito, mas a cada parágrafo que lê, você volta ao início desse parágrafo e o lê de novo. Aí termina o mesmo parágrafo e lê pela terceira vez. Imagine-se lendo todo o livro dessa forma. Ao final, você poderá dizer que leu esse mesmo livro três vezes?
O que quero dizer é que não estou satisfeita com a forma como estou lendo esse livro. E da maneira como o livro é, não é possível lê-lo diferente. Preciso ter a ajuda da minha babá e, por muitas vezes, de outros parentes, para conseguir dar conta dos três meninos. E o fato de terem quase 1 ano e meio e ainda somente um estar caminhando me faz pensar que não estou fazendo um bom trabalho de estímulo e incentivo. Outro ponto é que eles têm assistido muita televisão. Gostaria de poder levá-los ao pátio do prédio, ao shopping e até ao supermercado. Gostaria de sair visitando os parentes, a vovó que mora na mesma cidade, as tias do meu marido que são como vovós pra eles também. Nossa, como eu passeava com a Mônica! Só eu e ela! Hoje, ficamos muito frequentemente em casa porque eles são muitos pequenos (não caminham) e não conseguimos sair com eles sem ter que ir em dois carros e cheio de outras pessoas junto. Às vezes paro para pensar e me dou conta que, em uma semana, os meninos não saíram de casa nem pra ir no corredor do andar!
Me dá uma sensação que estou falhando como família. Parece que eu preciso ter outras pessoas envolvidas para realizar qualquer atividade e isso me dá a sensação que elas estão criando mais vínculos com meus filhos do que eu mesma. E a culpa é dura, viu? Dói, machuca. E hoje, especialmente, ela veio com tudo.
Bom Dia Michele!
Vou te dizer que tenho o mesmo sentimento de culpa e só tenho 1 filho :/
Ter que trabalhar fora (fico mais de 12 horas por dia fora de casa), cuidar da casa (não tenho empregada), cuidar do marido (dar atenção, conversar) e ainda dar atenção ao filho com lições da escola, brincadeiras, conversas e ainda fazer tempo sobrar pra mim mesma, é algo impossível. Sempre digo que gostaria muito q o dia tivesse 36 horas….
Compartilho da mesma culpa que você, então fica tranquila!!!
Bjos
Obrigada pelo comentário, Thaís! Vamos nos abraçar? kkkkk. Enfim, é bom saber que não sou a única, mas ao mesmo tempo eu sinto muito por termos que ser assombradas por esse sentimento. Um beijo.
Oi Michele, sou mãe de duas meninas uma de 2 ano e 4 meses e a outra 1 ano e 4 meses…adoro ler seu blog pq me identifico muito mesmo tendo só duas, a mais velha tem muuitos probleminhas de saúde, já a mais nova é muito carente quer colo o dia todo, pelo fato da mais velha ser doente e nao poder ter contato com muitas crianças pela himunidade ser baixíssima fico em tempo integral com elas, é impossível cuidar e dar amor igual as duas sempre tem uma naquele dia, naquele momento que tem mais atenção uma por estar doente a outra por chorar por atenção, acredito que toda mãe tem essa culpa sempre queremos ser aquela super heroína pra eles, queremos ser a mãe perfeita o porto seguro deles mais é difícil, mais eles sabem que os amamos e que fazemos de tudo pra estar ali juntinhas deles.
Obrigada pelo apoio, Daniele. Te entendo! E a gente fica o tempo todo tentando compensar, né? Êta profissão difícil essa: ser mãe! Um beijo.
NOSSA MICHELE! SINTO MUITO POR VOCE ESTAR SE SENTINDO ASSIM.
MAS GOSTARIA DE TE PARABENIZAR, SINCERAMENTE, PELASUA CORAGEM EMCOMPARTILHAR ESSE MOMENTO AQUI NO BLOG. DEBAFAR FAZ BEM, NE?!
AGORA PARA PRA PENSAR NOS FILHOS LINDOS QUE VOCÊ TEM. ELES SÃO SAUDÁVEIS, FELIZES E COM CERTEZA MUITO AMADOS!
FIQUE BEM!
Bjs! 🙂
É muito bom desabafar, sim, Cyntya! Obrigada pelo apoio! Um beijo!
Ola Michele ! Eu acompanho sempre o seu blog e sou apaixonada pelos seus filhos ,os 4, são muito lindos e fofos, queria te dizer que tenho dois filhos e também morro de culpa, minha menina vai fazer 5 anos e meu me menino tem 1 aninho,trabalho fora e quando estou em casa passo o tempo todo correndo atrás do meu menino que começou a caminhar e não para quieto ,me sinto culpada por não dar a mesma atenção que eu dava antes pra minha filha, mas fico feliz por ela ter um irmão e não crescer sozinha , acho que a culpa é inevitável! Bjs
Parece que a gente sempre encontra um jeito de se culpar, né, Michele? Mas, enfim, somos mães e queremos ser sempre melhores. É difícil, mas vale a pena tentar passar mais tempo com eles. Um beijo!
Força Michele, chegue em casa e enche eles de beijos…
Sempre!
Michele, não tenho filhos ainda nem sou casada! Mas achei seu blog por acaso e acompanho sempre, até compartilhei sua historia com a minha família, nunca comentei aqui, mas hoje vim te dizer que te acho uma mãe maravilhosa, seu cuidado e carinho com as crianças são incriveis, espero que um dia eu possa ser metade da mãe que você é! Não se culpe, sinto de longe seu amor e sua preocupação com os linduxos! Espero que o comentário de uma nãomamãeainda te conforte! rs Um beijo
Hayanne
Muito obrigada, Hayanne, pelas palavras de apoio! Que bom saber que passo uma boa imagem, ao menos! Meus filhos são preciosos, e quero que tenham uma ótima figura de mãe também. Mas como é difícil… Um beijo, querida.
Michele, eu digo que quem é mãe vive com culpa nos dias atuais… Não está sendo fácil pra mim pq tive q colocar meu bebê o dia todo na escola, trabalho muito e ando muito cansada… E se eu me sinto culpada, imagino vc. Temos q fazer o nosso melhor, da melhor maneira que pudermos e tentarmos nos culpar menos. Força guria! Vc tem quatro filhos lindos!
Obrigada, Carla, pelo apoio! Tem dias que a culpa me rasga no meio…
olá Michele, acompanho seu blog há alguns meses, e acho você uma super mãe,parabéns!
Tenho um filho de 6 anos e não trabalho,cuido da casa,marido e do filho, mas ainda assim vem esse sentimento de culpa, penso que a atenção que dou a ele é pouca, então, acho que independente de tempo o nosso amor pelos nossos pequeninos é tão grande que queremos sempre dá mais amor e atenção a eles, e daí vem essa culpa. Não sei muito bem como é sua rotina, mas como você diz que eles ficam muito em casa, você poderia fazer uma escala cada dia levaria um, para passeio no parque do condomínio ou coisa desse tipo, é só uma humilde sugestão. Seus filhos são bençãos de Deus, eles são muito fofos.
Obrigada pela ideia, Karla! Vou tentar executar! Depois eu conto. Um beijo!
Olá Michele, amanhã será um novo dia e se sentirá melhor, eu como vc queria dar conta de tudo sozinha, mas percebi que não consigo e as vezes ainda me culpo por isso. Essa questão de depender de outras pessoas pra tudo, também me incomodava, mas vai passar, meu marido e eu já estamos conseguindo fazer algumas coisas em família como por exemplo ir em um aniversário, mas agradeço que qualquer coisa temos com quem contar. Seus príncipes e princesa são lindos. Bj
Obrigada, Rodiane. Tem dias que a gente se sente pra baixo, mal… Mas passa. Tem que focar no lado bom. Beijos.
Michele, querida! Espero que essa bad já tenha passado. Descobri teu blog recentemente, quando descobri que tava esperando trigêmeos. Acabei perdendo um dos meus bebês, mas li seu blog inteiro e não tenho dúvidas do seu esforço. Te entendo completamente. Além dos que estão vindo (19 semanas), tenho um menino de 2 anos e uma menina de 12, além das minhas enteadas (8 e 14) que moram conosco. Tem dias e dias, é inevitável se sentir (com o perdão da palavra) uma m*rd* de mãe de vez em quando. Trabalho em três turnos, de segunda a sábado, me sinto egoísta em ir trabalhar só porque gosto, enquanto poderia ficar com as crianças em casa o tempo todo. Mas quando conseguimos ficar todos juntos e tá tudo bem, a gente até esquece o cansaço. É difícil aceitar isso o tempo todo, mas quem mais nos subestima somos nós mesmas. Relaxa, porque ainda vão ter muuuuitas crises, mas a vida continua. Beijão!
Obrigada pelo carinho, pelas palavras de apoio. Tenho me sentido assim (como descrevi) e tenho tentado mudar isso. Vc já descobriu o sexo dos teus bebês? Um beijo.
Ainda não, mas algo me diz que são meninos! Beijo
Parabéns pelo blog Michele! Você nos faz sentir parte da sua grande família 🙂
Obrigada, Georgia, querida!! Continue nos acompanhando!!
olá michele!
também soy mãe de trigêmeos de 3 anos e me identifiquei muito com seu post. Também me esforço pra dar atenção aos 3 e nso e fácil, principalmente na fase que os seus estão, onde precisam de muito incentivo. E deve vir de vc, e nao de baba ou mais ninguém. Também tive babá para os meus ate 2 anos e meio. De la pra cá sou eu sozinha. Abri mao do trabalho, pois 24 horas e pouco pra cuidar de tantas crianças, eles me requisitam o dia todo, hehe.
Procure sim, sair mais com eles, nem que seja no patio onde vc mora, levá-los pra tomar sol, ver outros ambientes. Eles precisam disso…
Somos mães privilegiadas!
um abraço!
Obrigada pelo apoio, Aline! Não é fácil, mas a gente se esforça e se vira como pode, né? Somos privilegiadas mesmo! Um beijo!
Oi Michele! Sou sua fã!! kkkk Tenho uma menina com 3 anos e gêmeos com 1 ano. Amava meu trabalho e sinto muita falta. Mas sinto uma culpa enorme assim que penso em voltar a trabalhar e largar meus bebes! Por outro lado sinto uma tristeza imensa de não correr atrás do meu sonho que era trabalhar mesmo tendo 3 filhos! Te admiro como mãe de 4 e como mãe que trabalha!
Muita força! Um beijo
Muito obrigada, Teresa! Sempre pensei que o meu trabalho me faz dar uma respirada fora de casa e me torna uma mãe melhor: mais feliz e paciente. Mas às vezes acho que fico pouco em casa. Sabe como é a tal da culpa… Um beijo!