Os trigêmeos da Fabiana

De Santo André-SP, Fabiana de Oliveira Lima, 33 anos, e o marido Rodrigo Lima, 34, tentaram por dois anos engravidar através de tratamento de fertilização in vitro (FIV). No total, foram 9 FIVs e muitos exames negativos e questionamentos. Na 9ª tentativa, o casal transferiu dois embriões, mas acabou tendo trigêmeos! Vem conferir essa história!

trigêmeos da Fabiana

“Eu fiz 9 tentativas de FIV entre 2013 e 2014. Quando descobrimos a nossa dificuldade em engravidar, a mãe do meu afilhado me deu o contato de uma médica que já tinha feito FIV em duas mulheres da família dela e tinha dado certo. Mas, por algum motivo, não procurei essa médica. Busquei na internet alguns lugares de referência e descobri uma clínica de reprodução humana dentro de uma faculdade de medicina. Os tratamentos pareciam ser mais baratos por se tratar de alunos assistidos pelos professores. Mas todo o procedimento é feito pelo professor, os alunos fazem as consultas, exames e investigação dos casos.

Fiz todos os exames que você possa imaginar e então comecei as tentativas. Foram 3 vezes seguidas com um intervalo de um mês de uma para outra. Na segunda tentativa, cheguei a ter um exame Beta HCG positivo, porém depois de dois dias (quando tinha que repetir o Beta) ele já veio negativo. A resposta que eles me deram foi que por algum motivo o embrião não conseguiu de instalar.

Após essas três tentativas, no mesmo ano ainda (2013), procurei uma clínica particular, onde o médico disse que além de tudo que já vinha sendo feito ele iria fazer a biopsia de endométrio. Segundo ele, com essa biopsia o embrião teria mais chances de se instalar. Nessa clínica particular eu fiz mais três tentativas sem sucesso, sendo que terceira tentativa também tive um Beta positivo que depois negativou. Como o tratamento é super caro, resolvi voltar para a clínica anterior, onde fiz mais duas tentativas no ano seguinte, sem sucesso algum. O diagnóstico foi problema de implantação.

Bom, depois disso, resolvi ter um tempo pra mim. Viajar, curtir o marido, porque quando estamos focados nesses tipos de tratamento nada mais faz sentido. Resolvi retomar a minha vida e esperar o momento de Deus.

A 9ª tentativa

Em agosto de 2014 abri uma gaveta e achei o cartão daquela médica que a mãe do meu afilhado tinha me dado. Quando achei o cartão eu me perguntei: ‘Por que será que nunca fui nela?’. Resolvi ligar e marcar a consulta.

Quando fui para a consulta levei todos meus exames anteriores. Ela analisou tudo e me disse: ‘Você só sairá daqui grávida!’. A única coisa que ela disse que ia fazer diferente era aumentar a quantidade de hormônio que eu iria tomar. Fui pra casa, pensei, conversei com meu marido e decidimos juntos que aquela seria a última tentativa.

O tratamento foi um sucesso. Resultado: 7 embriões de ótima qualidade congelados e 2 embriões ‘top de linha’ transferidos. Depois de 15 dias da transferência de dois embriões, veio o resultado positivo do Beta. Ficamos muito felizes, porém, com tantos resultados negativos, resolvemos manter os pés no chão e aguardar o segundo exame. Este também deu positivo, que confirmou a gravidez! Como a taxa hormonal estava baixa, a médica me disse que provavelmente somente um embrião havia desenvolvido. Fiquei muito feliz pelo resultado positivo. Não estava preocupada se seria um ou mais.

trigêmeos da FabianaEntão veio a primeira ultrassonografia, onde vimos dois sacos gestacionais. Portanto eram gêmeos! Minha felicidade só aumentou. Me sentia muito abençoada. Quando marcamos a ultrassonografia pra ouvir os corações é que veio a maior surpresa de todas: ali dentro batiam três corações! Um dos embriões se dividiu. Teria uma gravidez trigemelar sendo dois idênticos, na mesma placenta, e um diferente, de placenta diferente. Quando descobrimos, eu fiquei sem ação, super assustada. O medo tomou conta de todos os sentimentos que eu tinha. Demorei alguns dias pra absorver que seriam três crianças.

Depois desse sucesso que foi a 9ª FIV, muita gente me pergunta se tenho raiva, ou se fiquei brava com os médicos que passei anteriormente. Sinceramente, e do fundo do meu coração, não sinto nada disso. O que sinto é que eles também ajudaram nesse sucesso, pois quando cheguei na última médica todos os exames já haviam sido pedidos. Acredito que esse era o momento de Deus. Deus me guiou e me colocou nas mãos dela quando tinha que ser.

A gestação dos trigêmeos da Fabiana

Tive uma gravidez super tranquila. Me sentia super bem e disposta. Os repousos que eram obrigatórios pela minha médica não foram seguidos. Fazia de tudo. No quarto mês de gestação eu parei de trabalhar. Mas só parei porque a médica pediu, porque eu me sentia super bem.

trigêmeos da Fabiana - barrigão 32 semanas

Eles nasceram de 32 semanas e 1 dia. Esse tempo de gestação foi programado desde o início. Como as meninas dividiam a mesma placenta e a mesma bolsa, o risco de estrangulamento do cordão das duas era muito alto. O que é o mais comum é que esses fetos da mesma placenta tenham cada um a sua bolsa, mas isso não aconteceu comigo. Quando um embrião se divide, isso pode acontecer em fases diferentes. No meu caso foi tardio e não ficaram em bolsas separadas. Se ele tivesse demorado mais dois dias para a divisão, minhas meninas poderiam ter sido siamesas.

Leia mais sobre as fases de divisão do embrião em: Trigêmeos Idênticos?

Conforme minhas meninas se mexiam esses cordões iam se entrelaçando e com a diminuição do espaço na barriga esse risco aumentava cada vez mais. Mas para esse risco eu nada poderia fazer além do repouso e acompanhamento semanal através do ultrassom. Como com 32 semanas já era uma idade gestacional razoável para o parto, não íamos levar mais pra frente e correr o risco de perder as duas meninas.

No dia 6 de maio de 2015, meus trigêmeos nasceram. Manuela foi a primeira a nascer com 1,575 kg e 41 cm. Depois veio a Lorena com 1,475 kg e 37,5 cm e por último veio o Pedro com 1,225 kg e 39 cm. Eles foram direto pra UTI neonatal. Lorena ficou 30 dias, Manuela ficou 37 dias e o Pedro 42 dias. O período de UTI foi muito difícil. O medo e o sentimento de incapacidade tomaram conta de mim. Mas graças a Deus eles venceram todas as batalhas.

trigêmeos da Fabiana - recém-nascidos

Até os 6 meses deles eu tinha uma faxineira de segunda a sexta que me ajudava a tomar conta da casa. Fazia almoço, limpava a casa, lavava e passava roupa. Meu marido e eu tomávamos conta das crianças. Meu marido trabalhava em casa e isso ajudou muito. Com 8 meses, eles foram para escola, eu voltei a trabalhar fora e a faxineira foi embora. Eles estão com 1 ano e 8 meses e ficamos só eu e o marido quando eles voltam da escola. Hoje tenho uma moça que trabalha duas vezes por semana pra cuidar da casa.

Nunca confundi eles. Mesmo as meninas sendo idênticas eu acho elas bem diferentes. Mas para as outras pessoas eu sempre falo que a Lorena tem o rosto mais fino. Além disso, a Lorena tem um manchinha nas costas”.

Parabéns, Fabiana e Rodrigo, pela persistência e fé. Aqui no blog você pode conferir a história dos trigêmeos da Andréa, que também passou por 8 FIVs até trocar de médico e conseguir engravidar:

Os trigêmeos da Andréa

Você também tem trigêmeos ou mais múltiplos e gostaria de contar sua história? Escreve um email para contato@ostrigemeosdamichele.com.br e eu te digo o que fazer. Até mais!

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