Os trigêmeos da Alice

Moradores de Florianópolis-SC, Alice Claussen Destri, 33 anos, e João Felipe Almeida Destri, 30, são pais dos trigêmeos Benjamin, Lucas e Davi, de sete meses. O casal brincava que queria ter muitos filhos, mas nem imaginava que poderiam ter três de uma vez!

Os trigêmeos da Alice

“Eu sou carioca e meu marido é de Florianópolis, mas nos conhecemos trabalhando em Salvador-BA. Quando nos casamos escolhemos morar em Florianópolis mas o trabalho nos fez mudar pra Santos-SP.

A gravidez foi planejada e muito desejada. Nos casamos em novembro de 2013 e queríamos muito ter filhos. Eu usava DIU Mirena. Meu marido dizia que queria ter 6 filhos (ele ainda diz isso!) ao que eu sempre respondia ‘Eu te prometo três’. Acho que os anjos passavam e diziam ‘amém’ a cada vez que eu respondia isso porque acabaram me mandando três de uma só vez. Enfim, nos casamos em novembro daquele ano e em dezembro eu tirei o Mirena. Em fevereiro de 2014 eu já estava grávida.

Eu sempre soube que estava grávida. Um dia eu fui dormir e pensei, do nada: ‘estou grávida’. No dia seguinte eu comprei um teste na farmácia e guardei na gaveta do banheiro pra usar quando meu ciclo atrasasse no mês seguinte. Não sei como, mas eu simplesmente sabia. E também sabia que era um menino e o chamaria de Benjamin. No mês seguinte o ciclo atrasou exatamente como eu imaginei. Fiz o teste que eu tinha guardado e não deu outra. Duas lindas linhas vermelhas indicando o positivo. Felicidade geral. Com 7 semanas eu tive um pequeno sangramento que me assustou e fui ao médico pela primeira vez. Ele me examinou e pediu um ultrassom. No dia seguinte eu saí do trabalho à tarde pra fazer o ultrassom. Fui sozinha porque achava que com 7 semanas não dava pra ver nada. Deixei meu marido no escritório e fui (nós trabalhamos juntos na mesma sala). Na cama da ultra eu já chorava de medo e disse à médica que o objetivo do exame era ver ‘se o ovo estava bem implantado’, palavras do médico. Ela olhou, olhou e primeiramente disse para que eu não me preocupasse, que estava tudo muito bem. Em seguida disse ‘parabéns, são dois! Não! Peraí peraí! São três!’ Eu até achei que ela estava brincando. Ela então me mostrou ali 3 bolinhas lindas e 3 corações que batiam diferentes. Os três idênticos, todos da mesma placenta.

Cheguei de volta no escritório com um sorriso que eu não conseguia disfarçar. Disse ao meu marido que tinha algo pra contar. Ele brincalhão perguntou ‘O quê? São gêmeos?’. Eu disse ‘Não! São três!’ E foi assim que só eu fiquei com a imagem gravada na minha cabeça da cara que ele fez, um misto de alegria e incredulidade! O médico ficou muito impressionado e pediu que eu repetisse a ultra em outra clínica com um aparelho mais moderno. Essa é a parte engraçada. Cheguei pro exame e avisei que eu tinha trigêmeos pro médico olhar. Ele disse ‘vamos ver, trigêmeos é muito raro’. Olhou e disse que eu só tinha dois. Eu disse pra ele procurar direito pois eu sabia que eram três! O homem não acreditava em mim! Ficou mais de meia hora procurando o terceiro gemelar. Até que ele disse: ‘ahhhh! Safadinho!!! Achei você!’ E na mesma hora eu falei: ‘o escondido é o Davi! São três meninos e o escondido é o Davi!’ Hoje eu até acho que o escondido era, na verdade, o Lucas. Vai entender cabeça de mãe…

A gravidez

Book Gestante Alice Florianopolis

Minha gravidez foi abençoada. Não tive pressão alta, não inchei, não engordei. Só enjoei um bocado no início devido ao calor que fazia. Com três meses de gravidez eu já tinha barriga e sentia-me bem cansada o tempo todo. Andava apenas um quarteirão entre o meu trabalho e o restaurante pra almoçar e já chegava lá exausta. O médico insistia que eu deveria parar de trabalhar de imediato porque a gravidez ia demandar muito do meu corpo e eu precisava repousar o máximo possível. Eu achava que era exagero, que eu aguentava, e insistia trabalhando. Meu chefe foi sempre maravilhoso desde o início, me atribuindo atividades menos estressantes pra me poupar. Nós morávamos em Santos mas a família do meu marido é de Florianópolis e queríamos que eles nascessem lá. No final de abril resolvemos fazer uma viagem de Santos-SP até Florianópolis-SC para consultar com o médico que efetivamente faria o parto. Fui e não pude mais voltar. O médico me proibiu terminantemente de pegar a estrada de volta e fez o pedido da licença médica. Ele dizia que eu estava ótima e queria que eu continuasse assim até o parto. Não queria arriscar que eu tivesse nenhum problema. Foi assim que passei os meses seguintes morando com meus sogros enquanto meu marido ia e vinha de Santos todo fim de semana pra me ver. Devo imensamente aos meus sogros e cunhados por tantos cuidados. Eu passava meus dias deitadinha acariciando a minha barrigona. Parecia uma grande galinha chocando (risos)! Até banho eu tomava sentada. A barriga era grande demais e eu tenho apenas 1,56 m. O médico ficava impressionado e dizia: ‘Meu Deus, tão pequenininha e com esse monte de neném’.

O nascimento do trio

Papai e mamãe no grande dia

O dia do parto foi decidido pelo médico. Eu e meu marido somos de setembro e eu queria que eles chegassem pelo menos em setembro, mas levaria até as 40 semanas se me fosse possível! Meu marido estava muito preocupado com o vai e vem entre Santos e Florianópolis. Quando ele vinha no fim de semana e me ouvia gemendo de noite com dores na bacia e nas costelas ele ficava muuuito preocupado e achava que tinham que nascer logo. Eu sentia dor sim, mas não reclamava de nada. Eu estava disposta a fazer qualquer coisa pra mantê-los seguros dentro da minha barriga. A família toda ficava preocupada porque eles achavam que eu estava sofrendo sem dizer nada. Era muito difícil mesmo.

Então fui à uma consulta habitual e ele decidiu marcar o parto pra 1 semana depois, mas não contou pra mim. Contou só pro meu sogro, pra que eu não ficasse ansiosa. Meu sogro ligou pro meu marido e disse pra ele vir pra Florianópolis se preparar pro grande dia. Eu já tinha lido um monte de coisas terríveis sobre cesáreas de prematuros e tinha cá meus medos de mãe. Tinha medo que eles não chorassem ao nascer.

Benjamin, Lucas e Davi nasceram de 32 semanas e 4 dias, no dia 1° de setembro de 2014. Foi o melhor momento da minha vida ouvir meus pequenos chegando ao mundo. E pude dar um cheiro e um beijo gostoso no Ben e no Davi. Somente o Lucas eu tive que ver só de longe porque ele nasceu mais cansadinho e precisou ir pra UTI logo. Benjamin nasceu com 1.790g e 41 cm. Lucas com 1.660g e 40 cm e Davi com 1735 g e 40 cm.

Ficaram 40 dias na UTI. Eu diria que foi o período mais difícil da minha vida. As enfermeiras e médicos eram maravilhosos, cuidavam dos meus pequenos como se fossem deles próprios. Todos os dias eu ia lá 4 ou 5 vezes pra levar leite ordenhado e fazer canguru com eles. Graças a Deus eu tive muito leite. Eles tinham saúde, não tinham problema algum, só precisavam de tempo pra crescer, pra amadurecer os pequenos órgãos ainda em desenvolvimento. Uma vez eu escutei a troca de turno dos pediatras quando eles iam de berço em berço dizendo pro outro o status de cada bebê. Eu estava amamentando o Benjamin. Ele chegou do lado dos nossos berços e disse pro outro pediatra: ‘Os trigêmeos não têm nada!’ e seguiu pro berço seguinte. Mas mesmo assim a rotina era de doer a alma. Mãe se preocupa, não tem jeito. Tudo que eu queria era pegar os três, enfiar todos dentro da minha roupa e levar embora pra casa. Meu marido ia comigo todos os dias pra amamentá-los. Eu dava o peito pra um e ele a mamadeira com leite ordenhado pro outro enquanto uma enfermeira dava pro terceiro. E assim íamos revezando os bebês. Meu marido é um pai maravilhoso, sempre participou de tudo bem de perto. Ele ia junto comigo em todos os horários. Até as enfermeiras comentavam que nunca viram tanto um pai lá dentro da UTI como viam ele. Passávamos nossos dias assim, indo e vindo, amamentando, ordenhando e rezando. Torcendo pelo dia que alguém me dissesse que era hora de ir pra casa.

Os cuidados em casa

Newborn-16 Papai e os três

A tia do meu marido é a nossa babá e me ajuda durante o dia. No fim de tarde os avós vêm visitar e ajudam com banho, diversão e a última mamada. Nos finais de semana recebemos tios, madrinhas e todos que querem brincar com eles e de quebra entram na roda da troca de fraldas, comidinha e o que mais precisar.

Eu os identifico basicamente pelo olhar mas há sutis diferenças físicas. Benjamin tem o olhar do pai e pra facilitar tem uma marquinha de nascença na têmpora direita. Davi tem as sobrancelhas sutilmente mais fechadas no centro e o rodamoinho do cabelo dele é o único que fica do lado esquerdo. Lucas tem o olhar mais docinho, a gente diz que ele “faz cara de Luquinha” e é um pouco mais magrinho que os irmãos.

E uma curiosidade… Inicialmente o Lucas ia se chamar Heitor. Já tinha até paninhos e ursinho com o nome bordado. Já com a gravidez avançada eu comecei a teimar comigo mesma que o nome estava errado. Eu conversava com a barriga e sentia que quem estava lá dentro não era Heitor. E olha que eu mesma tinha escolhido esse nome, mas sentia que não estava certo. Um belo dia resolvi abrir a boca e deixei a família atordoada pra descobrir qual era o nome certo do bebê. Até que a madrinha dele veio com a ideia de Lucas e na hora eu já soube que era o certo. Quem estava ali era o Lucas tentando avisar que estavam chamando ele pelo nome errado”.

Trigêmeos da Alice

Os trigêmeos estão com sete meses.

Que linda história dessa linda família!!

Você também tem trigêmeos e quer contar sua história aqui? Escreve pra mim: contato@ostrigemeosdamichele.com.br

Até mais!!

9 comentários

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    Viviane

    Que historia linda!

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    Veramilles Aparecida Faé

    Que coisinhas mais lindas,… achei parecidos com o pai… Parabéns papais pelas fofuras de filhos….

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    Ivany Souza

    Não tem como deixar de ficar emocionada ao ler histórias como essa. Eu conheço a Alice e acompanhei a gravidez e detalhes dos meninos, que são realmente uma bênção de Deus para esse casal tão especial!

    Parabéns pelo lindo texto!

    1. Michele Kaiser

      A história da Alice é mesmo linda, Ivany! Obrigada!

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    Andrea

    Que lindos!!!!! Acompanhei mesmo de longe, bem perto essa história linda!!! Eles são lindos!!
    Família abençoada!!! Tem uma foto do carnaval que estão demais!!!!!!! Parabéns, Aline, pela família incrível que você tem!!!

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    Andrea Barros

    Esqueci de colocar meu sobrenome no post anterior…. #tamojunto

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    Gabriela

    Que lindinhos,

    Com todo o respeito, eles parecem ursinhos de pelúcia! Que vontade de brincar!

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    Minha amada sobrinha/afilhada Alice, filha da minha irmã, me transformou em tia-avó e bi-dinda.
    Sou dinda do primogênito Benjamin.
    Sinto-me imensamente honrada por ter sido escolhida. Agradeço a Alice e João por esta honra.
    Sempre que pude estive ao lado da Alice durante sua gravidez, em Santos e em Florianópolis.
    Após o nascimento dos pimpolhos já fui inúmeras vezes curtir estes fofinhos adoráveis. Pena que agora vão se mudar pra tão tão longe.

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    rosa valerio

    tô aqui chorando de emoção ao ver este texto tão comovente, e ver estes bebês abençoados, e meu marido junto, só perguntando, como é que sabem quem é quem? mas já expliquei rsrsrs parabéns ao casal, Deus os abençoe, sou de Santos tbm, e como gostaria de ve-los pessoalmente, quem sabe?
    bjs

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