Páscoa saudável… é possível?

A Páscoa é, para muitos, sinônimo de almoço farto e chocolates durante todo o feriado (e até quando durarem os estoques). Sendo assim, será que é possível fazer essa data não se tornar um problema para quem busca manter uma alimentação saudável? Vamos por partes:

Lidando com as crianças e os chocolates

Sabemos que o comércio se aproveita de datas especiais para aumentar as vendas e isso faz com que muitas vezes o sentido da data acabe ficando em segundo plano. Mas será que todas as crianças podem comer chocolates? As crianças menores de um ano não devem passar nem perto desse doce. Além de ser inapropriado nutricionalmente nessa fase da vida, crianças dessa idade ainda não tem consciência sobre o sabor desse alimento e muito menos sobre a necessidade que nós temos de comer chocolate nessa época do ano. Portanto: chocolate para bebês não! Para crianças entre 1 e 2 anos, eu diria a mesma coisa: ainda são muito pequenas e não têm consciência alimentar. Porém, entendo que seja mais difícil controlar… se você conseguir, não ofereça o doce. Para as crianças acima de 2 anos é praticamente impossível não presentear com chocolates, pois eles já são mais grandinhos e já foram inseridos no contexto do Coelhinho da Páscoa.

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Se você deseja presentear as crianças com chocolates, é interessante combinar com as mesmas o que elas vão ganhar. Evite fazer cestas com muitas variedades de chocolates (até porque… falando sério, você tem visto o preço dos ovos de Páscoa???). Não fique com pena de dar apenas um ovo… lembre-se que provavelmente ele vai ganhar de outras pessoas e lembre-se, também, que ele não precisa passar meses comendo chocolate. Uma coisa importante: as crianças estão muito mais interessadas na embalagem brilhante e no brinde que vem dentro do ovo do que no próprio chocolate. Então não há a menor necessidade de estocar o doce.

Importante: mostre à criança que ela pode comer o chocolate, mas que também é muito bom comer os outros alimentos. Nunca faça associações do tipo: “você só vai comer o doce se comer toda a salada”, isso faz com que a criança passe a enxergar o doce como um bônus e a salada como um “castigo”. Sei que não é fácil, mas pense no quanto é importante a criança criar consciência alimentar.

Para as mamães que querem se manter saudáveis nutricao-joyce-cacau-chocolate-beneficios-para-saude-3

O chocolate já foi considerado um vilão! Felizmente hoje em dia sabemos que ele pode ser um aliado para a nossa saúde (e felicidade!). Você sabia que esse alimento apresenta uma quantidade significativa de antioxidantes? Essas substâncias podem proteger o nosso organismo da ação dos radicais livres (que em excesso no organismo estão associados a doenças como câncer, diabetes, cardiopatias e etc.). Mas não vale sair por aí devorando uma barra de chocolate só porque falei que o mesmo pode ajudar na prevenção de doenças (risos).

O tipo de chocolate mais apropriado é o amargo, aquele que apresenta cerca de 70% ou mais de cacau em sua composição, porque é no cacau que são encontrados esses benefícios do doce. Consuma na forma de ovos de chocolate puro (evite aqueles ovos cheios de confeitos e etc., isso aumenta o teor de açúcar e gordura). Prefira consumir o doce logo após as refeições principais (preferencialmente almoço), isso ajuda a reduzir os picos de insulina, que aumentam a fome e as taxas de glicose no sangue. E não caia na armadilha de escolher o diet pensando que com ele o estrago será menor (a não ser que você não possa consumir açúcar). Geralmente essa versão apresenta quantidades excessivas de gordura.

E lembre-se: o problema não é o consumo do chocolate, mas o exagero dele!!!

Páscoa 2016

Um grande abraço,

Nutricionista Natalia Stedile

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foto NataliaA nutricionista Natalia Stedile é especialista em Nutrição Clínica e Estética (2011) e em Nutrição Clínica Personalizada (2012). Mestra em Biotecnologia (2014). Atualmente é nutricionista clínica e professora no curso graduação em Nutrição na Faculdade da Serra Gaúcha. Tem experiência na área de nutrição e saúde coletiva, com ênfase em atendimento clínico, atuando principalmente nos seguintes temas: obesidade, doenças crônicas não transmissíveis, reeducação alimentar e comportamento alimentar. Aqui no blog, escreve textos com dicas sobre nutrição infantil.

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