Uma das coisas mais difíceis quando a gente tem mais de um filho é dividir a atenção entre eles. A gente se esforça para dar carinho, amor, afeto e atenção individualmente, mas parece que sempre está em dívida com um ou com outro. Nos momentos que temos com eles, fica difícil não aproveitar cada segundo intensamente. Fica difícil não mimar.

Se consigo ficar por um tempo só com um, quero beijar, abraçar, agarrar, dar colinho e todo o meu amor. Assim, acaba ficando difícil não mimar aquela criaturinha naquele momento. Afinal, já é mais demorado fazer a construção desse vínculo com cada um dos filhos quando são múltiplos. Quando a gente tem essa relação, o próprio filho parece ter uma ânsia de ficar mais grudadinho com a mãe nos instantes que não tem a concorrência dos irmãos.

Bem, quando estão os três juntos, é muito natural que façam charminho com a mamãe. É muito comum que todos queiram a mãe ao mesmo tempo, competindo a atenção. Sendo assim, começam a brigar entre si e para a mãe fica muito difícil não ceder às manhas e dar o que estão pedindo. Meus filhos brigam muito, quase por vício, por força do hábito. Eles discutem pelos mais simples motivos e não dão o braço a torcer.

Cedendo as vontades

O problema é quando eles brigam demais e eu acabo cedendo às vontades para me livrar do problema. Quando eles começam a discutir, muito rapidamente a briga verbal passa para agressão física. Mordidas, empurrões e puxões de cabelos são as táticas favoritas. Para distrair a atenção deles, tirando o foco da briga sem motivo, ofereço alguma coisa que sei que eles querem.

Esse para mim é o grande segredo: desviar o foco e guiar a atenção deles para algo mais produtivo. Porém, muitas vezes acabo deixando eles fazerem algo que antes eu tinha dito que não podia, por exemplo, pular no sofá. Eu acho muito perigoso quando eles querem pular no sofá, mas eu, às vezes, os convido para pular no sofá porque sei que vão parar de brigar imediatamente e serão amigos de novo. E aí, como não mimar?

Hoje aconteceu de levarmos eles para o pátio rapidinho, mas tinha muito vento e resolvemos voltar. Quando voltamos, o Murilo não queria ir para casa e empacou no elevador. Acabei dando para ele um BIS que tinha na geladeira e que eu tinha dito que não podia comer. Ele estava lá teimando e eu, no desespero de liberar o elevador para os vizinhos, recorri à coisa que eu mais abomino: resolvi o problema com comida. Ensinei uma coisa errada. Mimei.

Não mimar

Tenho passado um perrengue com os meninos, que andam bastante teimosos e brigões. Quando eram bebês eles davam trabalho, mas agora o trabalho de educar corretamente é maior do que aquele de trocar fralda, dar banho, mamadeira, esperar arrotar. Ninguém falou que seria fácil criar trigêmeos, mas preciso pontuar que sim, é mais difícil educar os filhos nessa fase que estão (3 anos).

Quero dar amor, dar carinho, dar atenção e amassar bastante. Mas também não quero que meus filhos se tornem crianças mal-educadas, gritonas e cheias de frescuras. Dizem que filho único é mimado e que criança que tem irmão não é. Mas quando se tem muitos irmãos, as coisas podem sair do controle. As coisas podem ficar confusas nas cabecinhas deles. Cabe a nós representar bem a figura do pai e da mãe. Cabe a nós impormos limites, amando muito e corrigindo corretamente sempre que necessário.

Ninguém disse que seria fácil. Até mais!

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