O bode na sala – A Páscoa e o bode

Que coelhinho da Páscoa, o quê! Quem veio nos visitar nesse feriado da Páscoa foi o bode. É, e ele se instalou em nossa sala.

Você conhece a parábola do bode na sala? Escutei muito essa história de meu pai, durante a infância e a adolescência. Afinal, adolescente tem do que reclamar, né!? Mas vamos à história e vocês vão me entender. Ela tem muitas variações e não sei precisar sua origem.

“Num vilarejo, em uma casa muito simples, vivia um homem, sua esposa, três filhos e sua sogra. O homem vivia infeliz, reclamava que os filhos não queriam estudar, que sua mulher só lhe incomodava e a sogra então, nem se fala. Cansado de sofrer, o homem procurou o sábio do vilarejo. O grande líder ouviu todas as suas queixas e disse pra ele que tinha uma determinação a ser cumprida: que fosse naquele mesmo instante ao chiqueiro dos bodes, pegasse o maior bode de todos, levasse pra sua casa, o amarrasse na sala de visitas e o deixasse por lá por sete dias. Somente após os sete dias ele deveria retornar. O homem obedeceu porque o líder não poderia ser contrariado.

Chegando em casa com o bode, houve briga com a mulher, os filhos e a sogra, devido à presença do animal. A casa ficou um verdadeiro pandemônio. Um bode amarrado na sala com aquele cheiro horrível! Todo mundo reclamava. A semana passou sob o caos total dentro da casa.

Ele voltou com o bode para a segunda visita ao líder e contou que a vida estava muito pior. O líder mandou que ele devolvesse o bode ao chiqueiro, voltasse pra casa e voltasse ali para conversarem depois de sete dias. Passados os sete dias, ele chegou feliz à casa do líder e disse que estava tudo bem! Foi tanto alívio por ter-se livrado do animal que achava tudo ótimo. A casa era linda, a família era maravilhosa e passou até a gostar da sogra”.

Essa história mostra que nada é tão ruim que não possa piorar. Hahaha. Na verdade, ela nos mostra que estamos, muito frequentemente, insatisfeitos com coisas que não tem importância, ou que não estamos dando o verdadeiro valor à elas. Muita gente me pergunta sobre o trabalho que dá ter trigêmeos e mais uma menina: “nossa, como você faz com quatro?”. Na verdade, meus filhos não dão trabalho. Eles são muito queridos, comportados, risonhos, engraçados, meigos. As qualidades são inúmeras! Mas, nesse feriado de Páscoa, o bode veio instalar-se em minha sala: os meninos ficaram doentes! Eles estão gripadinhos e com tosse há algum tempo. Parece que pegam um resfriado atrás do outro desde quando a Mônica iniciou as aulas. Mas a gente tem conseguido reverter. Só que, nesse feriado, veio um gripão daqueles. Daqueles de tirar o sono, entupir nariz, bebê chorar e não querer comer e ninguém dormir na casa. Meus pais vieram visitar no fim de semana e só ajudaram a cuidar. A vovó mal pôde curtir os netos, teve que ficar cuidando de bebê doente!

Desde a última gripe deles, em setembro do ano passado, eu prometi que nunca mais ia reclamar de nada sobre ter trigêmeos! A gente cansa, às vezes fica esgotada. Mas nada é tão difícil como quando eles ficam doentes. Saúde é a coisa mais importante! Eu realmente não tenho do que reclamar quando meus filhos não estão doentes. Não que eu tenha me esquecido disso, mas estou louca pra mandar esse bode desgraçado embora…

4 comentários

  1. Avatar
    Maria de Jesus Silva dos Santos

    É bem isso mesmo Michelle eu tenho gêmeos de dez meses e eles são as melhores coisas da minha vida, mas quando estão gripados Aff é um horror, ficam muito enjoado.

    1. Michele Kaiser

      Aí quando melhoram da gripe a gente percebe que estava reclamando de barriga cheia, né? Hehehe.

  2. Avatar

    Bem legal esse post : pois nos faz a refletir como é bom ter nossos filhos pulando , gritando , catando e fazendo bagunça , mesmo que as vezes seja estressante e cansativo nada é tão ruim quando adoecem .
    Obrigada por esse post !

    1. Michele Kaiser

      Quando eles adoecem é que vemos como somos felizes. Beijos!

Deixe seu comentário