Não é novidade que meus meninos têm o pé chato. Na reunião antes das férias de julho, uma das professoras dos meninos sugeriu que a gente aproveitasse as férias para passar bastante tempo ao ar livre fazendo exercícios com eles. Ela pontuou que a professora de psicomotricidade (eles têm essa atividade no lugar da educação física para trabalhar os movimentos do corpo de maneira lúdica) havia sugerido que os meninos estavam precisando exercitar o equilíbrio.
A gente mora em apartamento, mas temos um pátio maravilhoso em nosso condomínio. O problema é que o clima daqui do Rio Grande do Sul não facilita muito as atividades ao ar livre. O inverno da Serra Gaúcha, onde moramos, é bastante rigoroso. Durante dois anos, os trigêmeos e a Mônica fizeram aula de natação em uma academia climatizada e, na minha opinião de mãe, eles estavam se exercitando o suficiente. Esta professora sugeriu algumas atividades como caminhar em cima do cordão da calçada e, fazendo isso com eles, percebi que ela tinha razão! Os meninos estavam se exercitando muito pouco e precisavam mesmo correr e brincar mais na rua.
Assista ao vídeo em que fizemos estas atividades do post de hoje com eles!
Talvez justificando esta falta de equilíbrio, preciso explicar que meus quatro filhos têm pé chato. Isto quer dizer que a sola do pé deles não é tão encurvada quanto deveria ser. Além disso, eles têm os joelhos bem juntinhos, enquanto os pés não se encontram. Eles têm as perninhas em formato de X.
Há um tempo eu escrevi um texto sobre meus filhos terem pé chato e a consulta médica com ortopedista. Naquele tempo, a ortopedista recomendou que a gente continuasse acompanhando o caso deles anualmente. Disse que, se fosse constatado algo fora do normal nos próximos anos, existiria uma cirurgia que pode ser feita para correção. A gente vem acompanhando e, na verdade, os grau de inclinação interna dos joelhos deles não chegam ao número considerado anormal para que seja feita uma correção. A conclusão a que se chega é que isso é uma característica genética deles, herdada da mamãe aqui (que também tem o joelho em X).
Como minimizar o pé chato
Mas então conversei com a fisioterapeuta Laura de Moura Rodrigues para saber que tipos de exercícios poderíamos fazer para diminuir um pouco essa condição e melhorar a qualidade de vida dos meus filhos. Busquei entender um pouco melhor sobre o problema e a gente tem feito alguns exercícios bem divertidos para amenizar o pé chato.
A Laura explicou que o arco plantar começa a se desenvolver depois que a criança começa a caminhar sozinha. “As reações de equilíbrio do pé, o peso que o pé recebe, além do amadurecimento das estruturas ósseas, ligamentos e músculos faz com que ele vá se desenvolvendo. E isso ocorre até os 5-6 anos, podendo estar completamente desenvolvido até depois dessa idade”.
Para estimular o desenvolvimento dessa “curvinha” do pé, é importante que a criança caminhe de pés descalços e em diferentes terrenos, como grama, areia ou terra. “O pé plano (ou pé chato), quando não há nenhuma patologia associada (como Paralisia Cerebral, por exemplo), normalmente se dá por frouxidão ligamentar, excesso de peso na primeira infância ou falta de atividades físicas”, esclarece, lembrando que, muitas vezes, é hereditário (bingo!).
Meus filhos ainda não reclamam de dores, mas cansam muito rápido. Nos casos de crianças maiores que não desenvolveram esse arco do pé, ela sugere realizar alguns exercícios para minimizar os efeitos do pé plano na biomecânica do corpo. Assim, evitando desequilíbrios musculares, desalinhamentos ósseos e dores.
Atividades sugeridas:
1) Para melhorar o alongamento da panturrilha e da sola do pé, faça a criança andar só nos calcanhares. Outra sugestão é passar o pé no cabo da vassoura ou em uma bolinha pequena.
2) Para fortalecimento das panturrilhas, faça a criança andar nas pontas dos pés e pular.
3) Para fortalecimento dos músculos dos pés, faça a criança equilibrar-se em um pé só, puxar uma toalhinha com os pés ou pegar objetos como bolas de gude com os dedos dos pés. Também é legal tentar caminhar segurando objetos com os pés, como um lápis embaixo dos dedos.
Além disso, é importante que a criança, principalmente as com frouxidão ligamentar (quando os ligamentos não estão fazendo seu trabalho corretamente), fortaleçam a musculatura do corpo inteiro, para evitar luxação das articulações.
Outra coisa muito importante é a escolha de um calçado adequado, com bom contraforte. Os sapatos das crianças precisam ser confortáveis, mas temos que prestar atenção ao fato de serem firmes na parte de trás do calcanhar (contraforte). Eu indico os tênis da marca Bibi. Mas mesmo assim, é necessário pegar o tênis na mão para ter certeza que o contraforte é bom. No post sobre a primeira consulta com ortopedista infantil, eu havia falado sobre isso e tem uma imagem muito legal lá. Veja clicando no link abaixo! Até mais!