Quando resolvi que queria ter filhos, cerca de três anos depois que casei, parei de tomar anticoncepcional. Tomara Mercilon por cerca de 10 anos. Depois de seis meses sem tomar pílulas anticoncepcionais e deixar meu ciclo menstrual fluir naturalmente, me deparei com esse diagnóstico: endometriose. O tratamento que me deram na época? Tomar pílulas anticoncepcionais sem intervalo por um ano, para secar os focos no organismo e tentar diminuir o problema. Claro que fui atrás de algo mais moderno e eficaz.
Mas o que é a endometriose?
É uma condição na qual o tecido que reveste a parede interna do útero (endométrio) cresce em outras regiões do corpo, causando dor, sangramento irregular e possível infertilidade. Essa formação de tecido normalmente ocorre na região pélvica, fora do útero, nos ovários, no intestino, no reto, na bexiga e na delicada membrana que reveste a pélvis.
“Todo mês, os ovários produzem hormônios que estimulam as células da mucosa do útero (endométrio) a se multiplicarem e estarem preparadas para receber um óvulo fertilizado. A mucosa aumenta de tamanho e fica mais espessa. Se essas células endometriais crescerem fora do útero, surge a endometriose. Ao contrário das células normalmente encontradas dentro do útero que são liberadas durante a menstruação, as células fora do útero permanecem no lugar. Elas, às vezes, sangram um pouco, mas se curam e são estimuladas novamente durante o ciclo seguinte. Esse processo contínuo provoca os sintomas da endometriose (dor) e pode causar cicatrizes (aderências) nas trompas, ovários e estruturas ao redor na pélvis.” (Fonte: Minha Vida). E interrompem a comunicação entre o óvulo e o espermatozoide, encontro esse que costuma acontecer nas trompas.
Minha história com a endometriose
Muitos anos antes da minha história começar, havia tido dores e havia sido encontrado, através de ecografia, líquido (possivelmente sangue) numa região do colo do útero chamada fundo de saco. A dor passou e não dei atenção. Anos mais tarde, ao tentar engravidar naturalmente, fui diagnosticada com endometriose. Por meio de exame de toque foi possível sentir um nódulo de cerca de 1,5cm; havia líquido no fundo de saco novamente e o CA 125 (exame de sangue que ajuda a detectar a endo) estava alterado, marcando 66. Minha ginecologista na época me pediu diversos exames, entre eles o CA 125. Foi através desse exame que ela teve certeza de que eu tinha mesmo endometriose, o que corroborava com o exame do toque que ela fez no consultório.
Uma videolaparoscopia foi marcada para fevereiro de 2010. Videolaparoscopia é uma técnica cirúrgica minimamente invasiva realizada por auxílio de uma endocâmera no abdômen. Para criar o espaço necessário às manobras cirúrgicas e adequada visualização das vísceras abdominais, a cavidade do peritônio é insuflada com gás carbônico. Nessa cirurgia, a ginecologista conseguiu retirar grande parte dos focos da endometriose, mas precisou fazer uma ovarioplastia (retirada de parte do ovário) do ovário esquerdo. Aquele “nódulo” era, na verdade, meu ovário esquerdo todo bagunçado, fora do lugar, aderido ao meu útero. Tinha endometriose grau 3 (vai de 1 a 4, sendo a 4 a mais severa). Não tinha tantas dores, mas a situação interna estava caótica! Como ela detectou se tratar de grau 3, me receitou uma injeção de Zoladex, que teria efeito de três meses e me deixaria em menopausa forçada. Depois dos três meses, demorou mais três ciclos e consegui engravidar: veio a Mônica.
Fiz ecografias transvaginais para acompanhar os folículos e ver se teria ovulação. Descobri, durante esse processo, que, além da endometriose, eu tinha ovulação tardia (lá pelo 22º dia do ciclo) e insuficiência de progesterona (o hormônio presente na segunda fase da ovulação). Nos dias que fomos orientados, fizemos o tema de casa e após a ovulação tomei Utrogestan 1 vez ao dia. Três semanas depois descobri a gravidez.
Como sempre quis ter dois filhos, parei novamente de tomar anticoncepcional em janeiro de 2013, quando Mônica tinha quase 1 ano e meio. Havia demorado muito para engravidar pela primeira vez, mas minha médica dizia que eu estava livre da endometriose (pelo menos até deixá-la desenvolver-se de novo). Além das 38 semanas de minha primeira gestação, fiquei tomando anticoncepcional contínuo, portanto sem menstruar, durante 1 ano e seis meses, para não facilitar o retorno do problema. Quando resolvi engravidar de novo, queria que acontecesse logo, para não ter vários ciclos menstruais e, assim, evitar que a endometriose começasse a se desenvolver. Por sorte, engravidei no segundo ciclo, sem tratamento algum, e vieram meus trigêmeos.
Para mais informação sobre a endometriose, eu recomendo o blog A Endometriose e Eu, da Caroline Salazar. Ela já contou minha história lá.
Até mais!!
Boa noite Michele, passei por tudo isso a minha também era grau tres, ate hoje não consegui engravidar tem tres anos da minha cirurgia..tomei anticoncepcional por mais de um ano, tenho alem da endometriose, ovarios policisticos e as minahs trompas são preguiçosas..
tenho muita dor durante os dias que mesntruo, mas firme e forte..
Espero que você esteja sendo tão bem assistida quanto eu fui. Onde você mora? Leia http://www.ostrigemeosdamichele.com.br/nossa-historia para saber mais detalhes de como engravidei da Mônica. Abraços e boa sorte!
Michelle, querida! Sua história inspira muitas endomulheres. Até hoje é um sucesso no blog. Muito obrigada por recomendar o A Endometriose e Eu. Um beijo carinhoso!
Que bom saber disso, Caroline!!! Obrigada pelo carinho! Beijos.
Boa tarde Michele, eu moro em Caxias do Sul tbm, por favor, você consegue me passar o contato da ginecologista, já fui em vários médicos e ainda não tive muita sorte, sinto dores constantes não aguento mais… Obrigada!
Oi, Natalia. Vou te mandar por email. Bjs.
Bom dia!
Poderia me indicar a médica que fez a vídeo? Tenho endometriose profunda no intestino e estou buscando indicações de médicos. Obrigada
Oi, Camila! Foi a dra Catulina Bosi, aqui em Caxias do Sul-RS.