Trigêmeos, criados iguais pelo mesmo pai e pela mesma mãe. Mesma aparência, mesma “casca”, mas interiores tão divergentes. Como pode três meninos nascidos no mesmo dia, quase no mesmo minuto, criados exatamente da mesma maneira, serem tão diferentes? E como nós, pais, podemos evitar a comparação entre os filhos?
Quando tivemos Mônica, há cinco anos, a criamos à nossa maneira, da forma como achávamos correto. Buscamos as decisões sobre o que fazer em cada situação conversando entre nós dois, pai e mãe, para que não existisse nenhuma discórdia quanto à como agir (não adianta o pai dizer que sim e a mãe dizer que não ou vice-versa). Sendo assim, nossa base (nosso padrão) de comportamento de menina era exatamente a forma como ela se comportava. “Meninas são meigas e comportadas, mas às vezes geniosas”, dizíamos. “As meninas são mais delicadas, brincam quietinhas por horas a fio”. Ou ainda: “as meninas falam bastante”.
Baseados em todas essas coisas que Mônica fazia, tínhamos esse padrão de comportamento feminino. Engravidei pela segunda vez e pensávamos que, se fosse uma menina nós podíamos fazer tudo igual pois já tínhamos a experiência. Se fosse um menino, íamos ver como é o comportamento de um menino. Eu tinha um estereótipo meio pronto em minha cabeça, pensava que meninos eram mais brigões e arteiros. Se o próximo bebê fosse um menino, tiraria essa dúvida ou comprovaria a teoria.
Então descobri que esperava trigêmeos e, semanas depois, que eram três meninos. Eles nasceram, desenvolveram-se e nos mostraram que é impossível a comparação entre os filhos. Que não, não existe uma criança igual à outra. Mesmo que você crie seus 20 filhos da mesma maneira, esses 20 filhos serão muito diferentes uns dos outros!
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A inevitável comparação entre os filhos
Parece engraçado, mas mesmo sabendo que comparar não leva a nada, a gente faz isso o tempo inteiro. Há alguns meses, escrevi que Matheus dormia muito facilmente e que, para que ele dormisse, bastava chamá-lo ao quarto no horário estabelecido pela rotina da casa. Naquela época, o Murilo estava me dando bastante trabalho para dormir. Eu chegava a ficar 45 minutos no quarto com eles esperando somente o Murilo dormir. Hoje, quem dá mais trabalho para dormir é o Matheus. O Marcelo, que também já teve sua época de briga para dormir, é o que pega no sono mais rapidamente.
Enquanto tínhamos Mônica como base, pensávamos que as crianças tinham que caminhar próximo a completarem um aninho. Que as crianças não engatinhavam, preferiam caminhar de uma vez. Que a idade “certa” para começar a falar era 1 ano e 3 meses. Que as crianças costumavam chupar os dedos. Que lá pelos 18 meses ficavam mais seletivos na alimentação. Que criança não gosta de comer vegetais. Que criança só come o caldo do feijão. Que criança adora assistir a My Little Pony.
Pois os meninos vieram para nos mostrar que todos são mesmo diferentes. Três meninos da mesma idade têm gostos para desenho animado diferentes. Que enquanto um não gosta de carne, o outro adora. Que enquanto dois tomam leite feito bezerrinhos, o terceiro detesta até o cheiro. Começamos novamente as comparações: “Nossa, as meninas são mais espertas, amadurecem mais cedo”. Ou então: “as meninas desenvolvem a fala antes do que os meninos”.
Cada um é um universo
Se tivéssemos tido apenas o Matheus, ia pensar que todos os meninos são muito observadores, que gostam de prestar atenção nas conversas dos adultos e que adoram fazer um beicinho manhoso na hora de pedir o que querem. Se tivéssemos tido apenas o Marcelo, ia pensar que todos os meninos são distraídos, que prestam pouca atenção quando recebem ordens, mas que são muito carinhosos e necessitados de um colinho. Se tivéssemos tido apenas o Murilo, ia pensar que todos os meninos são brincalhões, risonhos, alegres, mas que odeiam ser contrariados.
Cada criança é diferente. Mesmo as criadas exatamente da mesma maneira, com o mesmo amor e com a mesma atenção. Ainda assim, é inevitável a comparação entre os filhos. Hoje, aprendi que cada um é único e que não adianta esperar uma coisa de um porque o outro faz. Não adianta pensar que todos conseguirão montar um quebra-cabeças porque um consegue. Que todos vão entender que não é para brigar porque um entende. Os estágios de desenvolvimento deles são muito semelhantes, mas cada um tem suas particularidades. E que bom que é assim, viu?!
Leia mais sobre a personalidade dos trigêmeos em fases diferentes.
Até mais!
Adorei …parece que vc adivinha nossos questionamentos …mesmo nos policiando sempre temos esse olhar comparativo .os meus trigêmeos sao dois meninos e uma menina , ela é líder da bagunça rsrs…não da para acreditar !!!!o João Victor é muito carinhoso . Lucas também só que ele morde e bate nos outros irmãos ..fico muito triste quando faz isso…penso como pode ser assim se recebe tanto carinho …como os outros dois e tem comportamento diferente….amo suas postagens. .me ajuda muito a refletir…
Que bom que você gostou do post e ele foi bom para você, Marli! Essa coisa de estereótipos de menino e menina são engraçados mesmo. Meninas são delicadas, aí você me diz que a sua é líder da bagunça! Hahaha. Cada um é um universo! Um beijo!