Mônica é minha filha mais velha, de 4 anos e 9 meses. Depois de dois anos tentando engravidar, fui contemplada com a vinda dessa menina maravilhosa. Foi depois da vinda dela que me tornei mãe, foi com ela que conheci o amor incondicional entre mães e filhos e foi ela que me ensinou que toda a nossa vida muda depois que a gente conhece tal amor.

Minha vida com ela não rendeu um blog. O princípio de minha maternidade única foi um momento lindo vivido entre ela e eu. Nossa linda vida em família foi vivida em nosso íntimo, entre meu marido, ela e eu. Nosso pequeno núcleo familiar se desenvolveu de forma tão linda e intensa que resolvemos somar mais um filho à ele. Queríamos dar esse presente à ela: um(a) irmão(ã), um(a) amigo(a) para a vida toda. Uma pessoinha que estaria presente nos melhores e piores momentos de sua vida. Alguém que (na minha mais forte esperança) esteja com ela quando já formos bem velhinhos e também quando não estivermos mais aqui. Alguém que desse à ela sobrinhos. Nossa experiência com nossos irmãos foi tão positiva que queríamos que ela também vivesse isso.

Na tentativa do irmão, acabei engravidando de trigêmeos. O fato foi tão curioso que chamou primeiro a atenção dos nossos familiares, amigos e conhecidos. Depois se ampliou quando decidi iniciar o blog. Pensei que, tendo uma coisa tão inusitada acontecendo em minha casa, eu pudesse dar continuidade à minha formação jornalística e escrever para quem tivesse curiosidade e também para quem precisasse de ajuda. O blog precisava de um nome. Eu queria que as pessoas encontrassem ele facilmente ao procurar nos mecanismos de busca (como Google) ajuda com a vida com trigêmeos. Optei por chamar o blog “Os Trigêmeos da Michele”. Mas sim, os trigêmeos também são do Maurício. Sim, eu também tenho a Mônica.

O blog virou um lugar onde eu conto coisas bem íntimas de nosso cotidiano e ele é uma parte muito especial de minha vida. Aqui eu mostro como crio meus filhos (os quatro!) e Mônica tem parte fundamental em todos os momentos. Devido a maternidade trigemelar, acabei conhecendo diversas outras mães de trigêmeos pela internet. Muitas delas têm filhos mais velhos. Como eu, tiveram trigêmeos não na primeira, mas na segunda ou terceira gestação. Com frequência elas desabafam comigo sobre o quanto se incomodam com o fato de, ao saírem de casa com as crianças – seja para ir ao supermercado, shopping, pediatra ou até na escola -, percebem seus filhos mais velhos (não-trigêmeos) esquecidos da atenção das pessoas, que assediam seus irmãos mais novos por serem trigêmeos. Notam que os filhos se incomodam com isso e, infelizmente, existem pessoas que pensam que elas e eu não damos a atenção que deveríamos a nossos filhos não-trigêmeos.

Depois que o blog foi crescendo, não me pareceu uma ideia inteligente mudar seu nome, uma vez que já estava um pouco conhecido. Não pretendo mudar o nome do blog para incluir minha filha. Incluo a Mônica aqui de diversas maneiras. Ela tem uma página exclusiva: As Pérolas da Mônica, com suas pérolas. Então, minha filha não é excluída de maneira alguma das nossas vidas. Minha princesa tem parte fundamental na fundação do castelo que é o nosso lar. É com ela que vivencio minha primeira vez em quase tudo. A primeira vez que amamentei, a primeira vomitada que levei, a primeira palavra que um filho me disse, a primeira vez que um filho andou, o primeiro dia de aula de um filho meu… Tudo isso vivenciei com ela e há muitas outras primeiras vezes por vir. Ela vai continuar me ensinando muito. Ela vai continuar sendo minha primogênita. No meu coração e na minha vida, ela sempre aparecerá primeiro. E não é porque eu amo um filho mais do que outro. É porque amei a mais velha primeiro. E a amo há mais tempo.

Até mais.