Eu lembro de ter feito a pergunta “de quem você mais gosta, mãe?” algumas vezes na minha infância. Mas para meu desprazer, minha mãe nunca respondeu que me preferia, sempre desconversou. Ela sempre dizia que não preferia nenhuma de nós três. Que amava nós três igualzinho. Mas será que é verdade que as mães gostam de todos de maneira igual? Será que é errado preferir um dos filhos?
Tornei-me mãe de menina e de menino. Minha menina teve todo o amor do mundo, exclusivamente, só para ela. Foi filha única por dois anos e dois meses. Depois, tornou-se irmã mais velha de três menininhos. Hoje, três anos depois, ainda sinto dó da minha filha, que tem que dividir meu tempo com seus irmãos. Ao mesmo tempo, tenho dó deles, que poderiam ter tido todo o amor exclusivo que ela teve…
Preferir um dos filhos por afinidade
Como mãe, gostaria de poder ter meu tempo dedicado totalmente aos meus filhos. Mas, ainda assim, gostaria de ser apta a dividi-lo corretamente entre os quatro. Gostaria que eles me curtissem um a um, dividindo a atenção deles comigo. Porém, por várias vezes, quando dou meu carinho a eles, recebo em retorno tratamentos diferentes. Percebo em diversos momentos que tenho mais afinidade com um dos trigêmeos, enquanto noto que meu marido tem mais afinidade com outro.
Um dos meninos é bem mais tagarela, presta atenção, pergunta sobre tudo. Meu marido adora conversar com ele, contar histórias e perceber que ele está gostando e interagindo. Como Mônica também interage dessa maneira, ele acaba, não intencionalmente, dedicando mais de seu tempo em casa à ela e à ele. Por outro lado, outro dos trigêmeos é bem mais carinhoso e grudentinho. Sendo assim, quando eu chego ele pula no meu colo, quer carinho e pede beijos. Eu adoro ficar grudada nele! Enquanto isso, os outros me abraçam e dão um beijo e já vão continuar o que estavam fazendo.
Preferir um dos filhos é errado?
Minha mãe tem razão, é impossível a gente amar mais um do que o outro. É impossível a gente ficar mais preocupada com um do que com o outro. É impossível para mim sentir mais amor por um. Mas tenho sim mais entrosamento com um deles. Porque cada um tem uma personalidade, mesmo sendo criados da mesma maneira. Cada um é um e eles são diferentes até na maneira de receber amor dos pais. Cada um tem sua maneira de retribuir e interagir com a gente e é impossível não admitir isso.
Eu admito que prefiro um deles para ficar de conchinha na cama. Eu admito que prefiro outro na hora de conversar sobre a historinha que lemos. Eu admito que prefiro outro na hora de dar comida, porque ele come e obedece. Eu admito que prefiro sair com aquele que me dá menos trabalho. Eu admito que de vez em quando eu prefiro passear com a mais velha e fazer “coisas de menina”. Mônica é minha filha há mais tempo e, por isso, nos amamos há mais tempo e nossa afinidade é um tantinho maior.
Não acho errado a gente preferir um dos filhos em determinado momento, mas não podemos deixar que algum de nossos filhos se sinta menosprezado, desprezado ou preterido. É muito importante que eles se sintam amados e não se sintam injustiçados, para não se voltarem uns contra os outros por causa de ciúmes. Acho que a gente pode, sim, preferir, mas não devemos deixar transparecer isso a eles. Minha mãe, como sempre, tinha razão. Agora, confessa aí, mãe: quem você prefere?
Brincadeirinha. Até mais!
Eu concordo com vc agente não deve ter preferência mas às vezes não tem como né em determinadas situações isso pode acontecer só não deve virar rotina e deixar os outros de lado . Bjx
Isso aí!! Não podemos deixá-los perceber e se sentirem inferiores. Um beijo!
Caraca, Michele! Que reflexão difícil! Eu sou filha única e só tenho um filho, mas adorei teu texto.
É de se pensar. Um beijo!
Vc definiu exatamente oq eu sinto! Por vezes me sinto culpada, afinal, já tenho uma mocinha, um pequenino q dá trabalho e agora grávida do terceiro. Mas de fato, a minha princesa, por ser a única e a primeira, eu amo há mais tempo <3 beijão Michele, em vc, na Moniquinha, que tanto lembra minha Paulinha, e nos nenens gostosos!!! :*
Olá,
Eu sempre digo para meu filho que o amor não é uma competição. Não precisamos medir quem ama mais ou menos. Que ele, por ex, pode amar diferente a mim e ao pai dele. E o mesmo quanto a mim. São amores diferentes, pq são pessoas diferentes, mas igualmente intensos…
Que resposta linda, Jaqueline! Vou passar a usar por aqui! Beijos.