8 motivos para seu filho não dormir bem à noite

O sono dos nossos filhos é uma das coisas que mais preocupa as mães. A gente sempre pensa: quando meu filho dormir a noite toda eu vou voltar a ter vida! Não é verdade? Neste post, a consultora do sono Ana Schoriza explica 8 motivos para seu filho não dormir bem à noite. Veja dicas para melhorar o sono do seu filho!

8 motivos para seu filho não dormir bem à noite

1. Pouca idade: o bebê, desde o ventre materno, já consegue alternar momentos de sono e de vigília. Porém, somente entre três e seis meses que o sono começa a ser consolidado. Isso em razão da secreção da melatonina endógena (hormônio do sono). Antes disso, o bebê dorme de 40 a 50 minutos ou até 2 ou 3 horas, mantendo-se acordado por uma ou duas horas (dia e noite). Assim, para o desespero das mamães, dificilmente o bebê irá fazer uma longa noite de sono neste período porque falta-lhe maturidade neurológica. Lembrando que ele está conhecendo um mundo novo e a amamentação. Mas, diferentemente do que muitas pessoas pensam, a mãe não deve ficar esperando o tempo passar de mãos atadas. Há formas de acalmar o bebê nesta fase, fazendo com que ingresse no sono com mais facilidade. Além da educação e treinamento do sono (este somente utilizado mais para frente).

2. Hábito de sono: muitas crianças acabam associando o dormir à algum hábito de sono (dormir sugando mamadeira ou chupeta, balançando, enrolando o cabelo da mãe, dando voltas de carro, sendo amamentado, etc.). Quando despertam, os bebês querem o mesmo estímulo para voltar ao mundo dos sonhos. Se não ganham, é berreiro na certa. É a chamada insônia comportamental. É isso deixa as mamães em pânico. Quantas mães me procuram dizendo que não aguentam mais acordar para colocar a chupeta na boca do bebê?! Nestes casos, é necessário desassociar estes apoios externos do sono ao ato de dormir, fazendo com que a criança volte a dormir por si só, nas passagens de um ciclo de sono para outro.

3. Falta de sonecas: o sono da criança é polifásico, isto é, momentos de vigília e cochilos durante o dia. De início, o recém-nascido não consegue distinguir o que é dia e o que é noite. O relógio biológico da criança entra nos eixos aos poucos. Mas até uns 5 anos (alguns antes, por volta dos 3 anos), as sonecas são fundamentais por serem fisiológicas. E a quantidade média de horas de soneca depende da idade da criança. Se não conseguir relaxar de dia, à noite terá mais dificuldades para pegar no sono. E destaco que o sono do dia tem bastante sono REM (o sono mais profundo e reparador), que ajuda a organização e consolidação da memória. Sendo assim, força nas sonecas.

4. TV, tablets e celulares: esses aparelhos interferem na produção do hormônio do sono, a melatonina, que é secretada a noite por meio da glândula pineal, que se encontra atrás dos olhos. Pesquisas mostram que crianças que assistem TV na hora anterior à cama têm mais despertares noturnos. Desta forma, evite expor as crianças a esses aparelhos pelo menos 2 horas antes do horário habitual de dormir, momento em que a melatonina começa a ser produzida (e isso vale para os adultos também).

motivos para seu filho não dormir bem

Marcelo aos 2 meses.

5. Falta de rotina: as crianças gostam de rotina previsível. Preferem saber o que ocorrerá no dia, pois evita ansiedade. Assim, é importante estabelecer horários regulares para ir para a cama, nas sonecas e à noite. Isso facilita o sono.

6. Super estimulação: é um erro comum pensar que a criança super cansada vai dormir bem. Um relato bem comum que eu recebo é o de que as mães seguram o máximo a criança para dormirem à tarde ou não dormirem cedo para dormirem melhor. Algumas mães relatam medo de deixar a criança dormir cedo e ela acordar muito cedo, ainda madrugada. E outras afirmam que os pais chegam tarde do trabalho, agitando a criança. Todos são casos de super estimulação. A criança que dorme mais cedo e faz sonecas tem melhores noites de sono. Além disso, se a criança dorme muito tarde, não consegue fazer as horas de sono necessárias. E fica sempre em débito com o sono.

7. Não observar os sinais de sono: com a ideia de segurar a criança para não dormir cedo, a mãe acaba deixando passar o “barco” do sono. Ou, também, há casos em que a mãe leva a criança para dormir quando já está extremamente cansada, o que traz como consequência os relatos de birras forte e choro antes de dormir. Desta maneira, observe os sinais de sono para que isso não aconteça. Se a criança boceja, agita-se, mexe-se e remexe-se, abre os olhos completamente, faz barulhinhos, esfrega os olhinhos ou o rosto, ou esconde o rosto no seu peito, leve-a logo para o quarto! Outros sinais: a criança faz movimentos involuntários com os braços e pernas, puxa as orelhas, demonstra menos coordenação de movimentos, perde interesse em brinquedos, move-se para frente e para trás, cai quando anda ou vai de encontro a móveis ou outras coisas no caminho.

8. Doenças do sono: existem doenças que pioram o sono, por exemplo: apneia, terror noturno, sonambulismo, enurese (xixi na cama), síndrome da perna inquieta e até o refluxo. Nestes casos, a criança deve ser acompanhada por um médico especialista.

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A pós-graduanda em neuropsicologia Ana Paula Schoriza é consultora de rotinas familiares, do sono materno-infantil e de aleitamento materno, massagista materno-infantil e doula. Ainda tenta conciliar seu trabalho com a maternidade de trigêmeos, de um ano, e mais uma menina, de quatro anos de idade. No trabalho que desenvolve de consultoria materno-infantil, procura lançar mão de ferramentas do autoconhecimento, da massagem e da hipnose, quando necessário, para que as transformações propostas sejam feitas com mais leveza e tranquilidade. Aqui no blog, escreve sobre a rotina e rotina do sono e dá dicas para as mães.

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