Está chegando o dia do início das aulas dos trigêmeos! Optamos por colocar os trigêmeos em colégio grande. Escolhemos uma escola que oferecesse educação infantil a partir dos 3 anos. Queríamos que a escola oferecesse diversas turmas para que pudéssemos matricular Marcelo, Murilo e Matheus em turmas diferentes. Não queremos que nossos filhos sejam colegas na escola. Eu acho que é melhor gêmeos em turmas separadas.
Bem, por motivo financeiro, optei por eles ficarem em casa com babá até os 3 anos, ao invés de irem para a escolinha. Tenho apenas uma funcionária – a babá – que cuida deles para eu poder trabalhar. Ela dá conta das crianças e da casa e, até ano passado, cuidava de 4 crianças de manhã e de 3 a tarde, já que Mônica ia para a escola. O salário que pago à ela é mais em conta do que ter 4 em escolinha.
Por que separá-los?
Os trigêmeos são amigos e unidos, apesar de terem momentos de briga. O motivo de eu querer separar os meninos é promover a individualidade de cada um. Acho que não vamos nos arrepender de termos tomado essa decisão, mas estaremos atentos a qualquer problema e a escola está nos dando todo o suporte. Já teremos a primeira reunião no sábado que vem e a escola já nos orientou como proceder.
Com frequência me perguntam: você não tem pena de separar os pobrezinhos? Eu respondo: De maneira alguma! Eu só vejo coisas positivas vindo dessa separação. Nos primeiros dias pode ser um pouco difícil, mas creio que será muito melhor para eles a longo prazo pelos motivos a seguir.
Individualidade
Quero que meus filhos saibam que existe um mundo a explorar fora do território da nossa casa. Quero que eles convivam com outras crianças, sem ficarem grudados uns aos outros o tempo todo. Temo que, se os colocasse juntos, eles não iriam abrir espaço a outras crianças e iam continuar com os vícios de comportamento que já têm em casa. Também não quero que sejam conhecidos como “os trigêmeos”. Quero que sejam Marcelo, Murilo e Matheus individualmente.
Professores
A escola que os meninos frequentarão exige uso de uniforme. Imaginei que, se ficassem juntos, os professores e monitores teriam mais dificuldade em reportar a mim questões em geral. Seria muito mais difícil saber quem fez o quê. Afinal, eles são muito parecidos e estariam vestindo roupas iguais. Por exemplo, se um dos meninos estiver com alguma dificuldade comportamental. Um deles jogou um brinquedo em um colega. Qual foi? Será que a professora ia saber diferenciá-los?
Amigos
Eu temia que, se ficassem juntos, acabariam fazendo um time fechado e não se misturariam com os demais colegas. Tinha medo que fosse como é em casa. Os três grudados o tempo todo. Eu quero que eles fiquem separados porque poderão se misturar e conhecer outras crianças, fazendo amigos. Se sentirão falta dos irmãos? Talvez. Mas vão conviver entre eles em casa a manhã inteira. Eles acordam às 7h e irão para a escola só às 13h. Voltarão da escola às 17h30 e ficarão juntos até às 21h, quando irão dormir. Continuarão muito tempo juntos.
Aprendizagem e comportamento
Dentro de casa, muitas vezes o Matheus é mais atento e Marcelo é mais desligado. Mas, dependendo o caso, Marcelo entende melhor as regras. Murilo é mais bagunceiro. Sabe as regras mas gosta de desobedecer e nos olhar com um sorrisinho encantador, buscando aprovação. Baseado nesses comportamentos, eu acredito que, se fossem colegas, Matheus ia prestar atenção na professora e Marcelo ia só copiar o que ele estava fazendo. Murilo ia ficar atirando os materiais nos irmãos. E no fim os três estariam bagunçando a aula (risos).
Desenvolvimento da personalidade
Acho que, separando-os, conheceremos coisas mais individuais da personalidade de cada um. Sozinhos eles são diferentes de como se comportam em grupo. Mas, sejamos sinceros, são poucas as oportunidades que eles têm de ficarem sozinhos. Hoje, são poucas as vezes que conseguimos passar alguns instantes só com um deles e dar atenção individual. Eu acredito que, sem o irmão para se espelhar na sala de aula, vamos acabar descobrindo preferências, gostos e desgostos que ainda não conhecemos da personalidade de cada um.
Matheus, Marcelo e Murilo.
Separado não quer dizer sozinho
Mônica evoluiu muito na escola. Fez amigos, aprendeu muitas coisas e ‘cresceu’. É isso que eu quero ver da parte deles. Quero vê-los crescendo como indivíduos. Quero vê-los sendo um serzinho único. Cada um com seus colegas, sua professora, sua vida. Assim como a Mônica. Assim como todas as crianças que não tem irmão gêmeo.
Quero que meus filhos tenham uma experiência como a de qualquer outra criança. Quero que eles tenham sua família, o amor de seus pais, o amor e companheirismo de seus irmãos. Mas quero que tenham suas vidas individualmente também. Quero que cada um faça suas próprias descobertas. E isso não é motivo algum para alguém ter pena deles. Continuem acompanhando essa história!! Até mais!
Acompanhe como eles estão se saindo clicando em adaptação escolar!