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Obesidade infantil: fique alerta!

Você sabia que a obesidade já é considerada um dos maiores problemas de saúde do mundo? Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS-2008,2009), no Brasil mais de 50% da população adulta está acima do peso e, infelizmente, o cenário não é diferente na população infantil. Estudos apontam que, na região Sul do país, mais de 30% das crianças e adolescentes também sofrem de sobrepeso e obesidade. E, diferentemente do século passado, quando as famílias exaltavam o tamanho das bochechas, hoje, quanto mais “fofinho” é o bebê, maior a chance de desenvolver uma série de doenças, que, inclusive, podem ser desenvolvidas ainda na infância (como pressão alta, dislipidemias, carências nutricionais, diabetes e até problemas cardiovasculares). Quando a criança acumula quilos extras, cresce a chance de se tornar um adulto doente e obeso (cerca de 60% das crianças obesas permanecerão obesas na vida adulta!).

Sim, o cenário é desesperador, mas podemos lidar com isso com tranquilidade e resolver este problema sem causar traumas na vida da criança. Os hábitos alimentares das pessoas são formados desde pequenas, e os pais são os principais colaboradores para sua formação. Vamos repensar algumas atitudes:

  • Comida como recompensa: fique atento às estratégias utilizadas para “convencer” a criança de fazer alguma coisa em troca de guloseimas/alimentos. Frases como “você só vai ganhar a sobremesa se comer toda a carne”, “você só vai levantar da mesa quando limpar o prato”, “você só vai jogar videogame se comer a salada” estimulam a supervalorização da alimentação. E o alimento não deve ser visto dessa forma. Comer é tão normal quando dormir, fazer xixi, acordar… e por isso não deve ser utilizado como bônus ou castigo.
  • A aprendizagem é feita de exemplos: para uma criança, absolutamente, tudo o que os pais fazem é correto. Se os pais comem devagar, é extremamente raro os filhos comerem rápido. Assim como acontece com o consumo de frutas e vegetais, não adianta querer que a criança coma feijão se ela não vê ninguém comendo!
  • A neofobia alimentar infantil:  este termo significa medo de experimentar novos alimentos. Muitas crianças rejeitam os alimentos sem nunca ter experimentado e isso acaba causando um desespero nos pais. O que os pais precisam saber é que o fato de a criança ter recusado aquele alimento uma vez, não significa que que ela sempre vai recusá-lo. Estes alimentos poderão ser aceitos em outras ocasiões. Estudos mostram que uma criança deve recusar, no mínimo, 10 vezes um alimento para realmente significar que ela não gosta daquilo. Por isso, ofereça. Tenha paciência e persista!
  • O momento da refeição: atitudes negativas da família durante a administração das refeições são fortes preditores de problemas alimentares. Por exemplo, se durante as refeições os pais costumam discutir gerando um clima tento à mesa, é possível que a criança “se sufoque” com a comida, no sentido de comer muito rápido para acabar logo com aquele momento de sofrimento. E isso acaba sendo levado para a vida adulta (provocando compulsão alimentar). Sabemos que todo mundo tem problemas e dias difíceis, mas vamos evitar levar os problemas para a mesa.

Estes são pequenos detalhes que fazem muita diferença na formação de hábitos alimentares e, consequentemente, no estado nutricional das crianças! Se você acha (ou já sabe) que seu filho está acima (ou abaixo) do peso, procure um nutricionista para receber uma orientação alimentar adequada, isso pode evitar muitos problemas para a família no futuro! Propicie uma vida saudável para a sua família!!!

OBS: se este é um assunto do seu interesse.. tenho uma sugestão de vídeo muito legal pra você assistir! Vale a pena conferir!!!

Até logo! =)

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foto NataliaA nutricionista Natalia Stedile é especialista em Nutrição Clínica e Estética (2011) e em Nutrição Clínica Personalizada (2012). Mestra em Biotecnologia (2014). Atualmente é nutricionista clínica e professora no curso graduação em Nutrição na Faculdade da Serra Gaúcha. Tem experiência na área de nutrição e saúde coletiva, com ênfase em atendimento clínico, atuando principalmente nos seguintes temas: obesidade, doenças crônicas não transmissíveis, reeducação alimentar e comportamento alimentar. Aqui no blog, escreve textos com dicas sobre nutrição infantil.

Neuras de fim de ano

Chega essa época do ano e as oportunidades de férias e passeios aparecem. Casa da praia dos sogros e sítio dos tios no interior são as opções. Legal, meus filhos ainda não conhecem o mar. Sítio com piscina é uma delícia. Mas ao invés de curtir o planejamento das férias, a única coisa que consigo é ter taquicardia pensando nos possíveis perigos!

Posso ser julgada como neurótica, mas quem me julga dessa maneira não tem noção do que é cuidar de três meninos de dois anos, travessos, serelepes, sapecas e totalmente sem noção dos perigos que estão correndo quando fazem suas pequenas artes. Aqui no meu apartamento é diferente. É um lugar pequeno e eles estão acostumados. Já posso prever os pequenos problemas e luto diariamente para evitá-los. Ainda assim, um roxo aqui, uma mordida ali e um galinho na cabeça sempre estão presentes…

Sempre tento ver o lado bom das coisas. Ir para o sítio de nossos parentes é uma delícia e lá terá muitas pessoas para me ajudarem a cuidar dos meninos e da Mônica. Mas o que mais me preocupa é a piscina. Mesmo com tantos ajudantes, há o receio de não termos olhos e ouvidos antenados 100% do tempo e, com isso, sermos levados a acidentes desnecessários. Estando numa casa diferente, agora que já caminham e correm, podem se direcionar ao perigo com suas próprias perninhas! E aquele segundo de descuido que pode levar a um afogamento? Como vou relaxar e curtir férias com a família?

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O sítio é maravilhoso! Mas esse ano estou com medo da piscina!

Também há a possibilidade de viajarmos com as crianças para a praia. Imagina o quanto eles iam adorar ver o mar, brincar na areia, comer milho e picolé! Mas imagina quantas pessoas eu terei que levar junto comigo para tomar conta de quatro peraltinhas na beira da praia… No mínimo um adulto responsável por cada criança. Ainda assim, vai que alguém descuida um segundo – para espirrar, por exemplo (risos) – e a criança sai correndo desenfreada no meio da multidão? Preciso urgente daquelas mochilas-coleiras! E de um chip subcutâneo localizador (quando vão inventar isso?).

Bem, sei que não devemos nos privar das coisas, dos momentos especiais, da diversão das férias. Temos que continuar vivendo e fazendo o que gostamos. Mas com tantos filhos pequenos, às vezes prefiro ter nossos momentos de lazer aqui na área verde do meu condomínio mesmo. Aqui, por sorte, não tem piscina! Ui, minhas neuras de fim de ano… Até mais!

12 atividades para crianças de 2 anos

Depois de pesar os prós e contras, decidimos não levar ainda nossos trigêmeos para a escolinha e optamos por continuar deixando os meninos conosco e com nossa babá em casa até completarem 3 anos. Mas, para que funcione bem e possamos estimular corretamente nossos filhos, busquei saber atividades para crianças de 2 anos.

Conversei com duas pedagogas aqui da minha cidade, a Maristela Carneiro e a Nathalia Oliveira. Nessa fase, a criança sente uma intensa curiosidade por tudo o que está à sua volta e explora com entusiasmo. “No segundo ano de vida, ela procura ser independente: quer ser uma pessoa distinta de sua mãe e de seu pai. Mas, com freqüência, enfrenta um conflito entre a necessidade de receber ajuda de outras pessoas e a de atuar no mundo independentemente”, explica Maristela. “E como já caminha, o seu campo de ação se amplia e a exploração do mundo se torna eficiente. Começa a interessar-se por brinquedos onde transfere substâncias de um recipiente para outro. A criança dá vida aos objetos, atribui-lhes sensações e emoções, conversa com eles”.

Nessa idade, então, é interessante explorar a motricidade fina (capacidade de controle e destreza com as mãos) e a motricidade ampla (com o corpo todo), com muita diversão. Para isso, juntei algumas atividades que já fazia em casa com meus filhos e acrescentei as sugestões delas. Aqui estão 12 opções de atividades para crianças de 2 anos que não frequentam escola ou para fazer no fim de semana com as que frequentam:

1) Caixa das Sensações. Com o objetivo de estimular as sensações, aguçar os sentidos e reconhecer os sentimentos, forra-se um caixa de papelão com um orifício que permita que seja colocada a mão da criança. Dentro da caixa coloca-se materiais com texturas diferentes: algodão, folhas, bolinhas, rolhas de cortiça, tampinhas de garrafa, penas, lixa, papel áspero, papel macio, plástico, etc.

2) Giz (do grande) e folha de desenho. Estimula a motricidade fina, a coordenação motora, noção de tamanho e espaço. Após trabalhar o desenho e a pintura, pode-se inserir o “rasgar”. Rasgar papel ajuda no movimento de pinça, ou seja, a maneira que eles seguram o lápis. Pode-se, aos poucos, ir inserindo o uso de lápis de cor.

3) Bolha de sabão. Meus filhos adoram assoprar e tentar pegar as bolhas. É uma ótima atividade ao ar livre ou em casa, na sala mesmo, e mais legal ainda porque a mana pode participar, fazendo as bolhas para eles.

atividades para crianças de 2 anos - bolha de sabão

Adoram bolha de sabão!

atividades para crianças de 2 anos

Marcelo e Matheus esperando a Mônica fazer bolha para eles.

4) Basquete. Os meninos adoraram essa cesta de basquete que ganharam de aniversário e nós penduramos no lado interno da porta de saída do apartamento. Eles gostam de arremessar de tudo ali: todas as bolas e brinquedos da casa, sem contar o chinelo da mãe e bonecas da irmã. Mas, na hora da concentração para a brincadeira, a gente manda eles ficarem em fila, respeitando a vez do outro. Cada um com sua bola. Depois de algumas tentativas eles já aprenderam a esperar sua vez e jogar no lugar certo. Então, a atividade estimulou a coordenação motora, respeito à vez do irmão. Vale dizer que observamos que o Murilo é muito forte! Arremessa com uma força que eu não imaginei que tivesse.

atividades para crianças de 2 anos

Matheus arremessando a bola de basquete. Pode-se usar jornal amassado no lugar da bola, por exemplo.

5) Massinha de modelar atóxica. Aos dois anos, já podemos incentivá-los a fazer cobrinhas e bolinhas, também estimulando a motricidade fina.

 O que fazer quando a criança engole massinha de modelar

6) Acompanhamento rítmico.  Para estimular a audição e o senso rítmico, pega-se uma bolinha com guizo (esfera oca de metal com pequenas bolinhas de ferro dentro que fazem barulho quando agitadas), coloca-se uma música instrumental para acompanhá-la ritmicamente.

7) Cantar cantigas de roda e/ou canções com as partes do corpo. Com o objetivo de estimular a linguagem e fazer a criança reconhecer as partes do corpo.  Exemplo: “cabeça, ombro, joelho e pé”. “Bate palminha, bate”. Pode-se inventar músicas com os números, cores, frutas, etc. E a gente ainda se diverte relembrando as musiquinhas da nossa infância.

8) Pecinhas para montar. A criança descobre o oco. Descobre que um objeto pode penetrar outro. As brincadeiras são de pôr e tirar, unir e separar. As pecinhas de montar são grandes aliadas nessa fase. Deve-se montar jogos estilo lego (grandes) e, gradativamente, inserir peças de encaixe menores.

atividades para crianças de 2 anos

Murilo, Matheus e Marcelo adoram encaixar e pedir para a mamãe abrir as peças. Fazemos torres altas e carrinhos.

9) Álbum que amplia o vocabulário. Para ampliar o vocabulário da criança e corrigir a pronúncia das palavras, pode-se utilizar um caderno com desenhos ou revistas diversas com imagens variadas (como frutas, animais, objetos da casa, etc.). O adulto recorta as figuras e cola no álbum. Após, faz-se a leitura das figuras, falando em voz alta o nome da figura.  A criança fala e o adulto corrige a pronúncia, se necessário, e ajuda a criança a ampliar o vocabulário com as palavras desconhecidas.

10) Chefe-manda. Existe uma canção chamada “A casa do Zé” onde as crianças escutam e cantam obedecendo os movimentos sugeridos. Mas nem precisa ter a música, dá para fazer só dando ordens para as crianças, que imitam o coordenador da brincadeira. “Chefe manda bater palmas”, “chefe manda levantar as mãos”, etc. Com várias crianças, como aqui na minha casa, fica bem legal. Uma imita a outra. Mas funciona muito bem só mamãe e criança também.

11) A boa e velha leitura de histórias. Não importa a idade, a leitura estimula até bebê dentro da barriga, que escuta a voz da mãe e se acalma. Aos dois anos, podemos ler histórias mais simples e curtas, com mais figuras, e para estimular a linguagem, no final devemos questionar sobre a história, quem são os personagens, o que acabaram de ouvir.

atividades para crianças de 2 anos

Meus filhos adoram que a gente mostre os livros e fale sobre o que está vendo.

12) Atividades de movimentação. Subir e descer escadas, correr, passar por entre obstáculos (em cima, embaixo de cadeiras), andar de costas, andar de lado, em cima da linha. Essas são algumas das sugestões para desenvolver a motricidade ampla. As atividades podem ser realizadas ao ar livre (como pega-pega, esconde-esconde, etc.) ou em casa mesmo (passar obstáculos ou andar em cima de uma linha, que pode ser fita colada no chão). Atividades com bola em rodas, por exemplo, são ótimas para a interação social e coordenação. A mamãe pode rolar a bola dizendo o nome do filho, que pode passar a bola para o papai ou irmãozinho(a).

Até mais!

Gestação de 1 x Gestação de 3

grávida de 33 semanas

Meus dois ensaios de gestante foram com 33 semanas.

Gravidez muda o corpo, o humor, as vontades e até nosso paladar. Para algumas mulheres, causa enjoo, perda de cabelo, azia, inchaço. Mas pode trazer benefícios como cabelos mais fortes, unhas mais bonitas, sem esquecer, é claro, daquele brilho no olhar da maioria das gestantes, que mostra a felicidade em ter no ventre aquele ser que mudará toda sua vida.

Estive grávida duas vezes e, como a maioria das mulheres que passaram pela gravidez mais de uma vez, as minhas foram muito diferentes uma da outra. Quando eu esperava a Mônica, depois de quase dois anos tentando engravidar, tive sangramento logo nas primeiras semanas. Aconteceu três vezes entre 8 e 10 semanas de gestação e nas três vezes eu corri para o plantão do hospital. Me indicaram repouso até as 12 semanas, quando eu estaria entrando para o segundo trimestre da gestação. Obedeci a recomendação médica e não tive intercorrências dali em diante. Não tive um enjoo sequer. Apenas azia a partir das 32 semanas (que amenizava se eu tomava sorvete de baunilha!).

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Chá de fraldas, grávida de 31 semanas.

Descobri que esperava uma menina quando fiz o ultrassom de 12 semanas. Depois desse, fiz ultrassom de novo só com 23 semanas e o último com 35 semanas. Fiz curso de gestante quando estava de 24 semanas, fiz chá de fraldas com 31 semanas. Quando estava de 38 semanas e dois dias, percebi que ela não estava se mexendo na minha barriga. Tinha consulta marcada para aquele dia. Cheguei ao consultório e relatei o fato. A obstetra me encaminhou para o hospital para um exame chamado MAP, que monitora os movimentos do bebê por cerca de uma hora. Fiquei 20 minutos deitada monitorando se a Mônica mexia e não mexeu. A enfermeira apertou uma buzina para “acordá-la” e ela mexeu-se freneticamente durante o resto do exame. Ufa, pensei. Achei que era um sinal de que estava tudo bem. Estava enganada. Era sinal de sofrimento fetal.

Voltei ao consultório às 17h com o resultado do exame e minha obstetra ligou imediatamente para o hospital para marcar uma cesárea de emergência. Liguei para meu marido, que estava no trabalho, e quando ouvi a voz dele eu só consegui chorar. Quase engasguei. A obstetra pegou o telefone e explicou para ele que o parto aconteceria às 19h30. Ele saiu voando e me buscou em dez minutos. Fomos para casa buscar a malinha da maternidade, que estava pronta há alguns dias, tomei banho e fomos para o hospital.

Mônica nasceu de cesárea às 19h57 do dia 4 de agosto de 2011. Tinha duas voltas de cordão umbilical em seu pescoço e, para meu espanto, muito pouco líquido amniótico. A bolsa devia ter rompido em local alto e eu vinha perdendo líquido sem perceber. A alimentação dela estava escassa pois ela nasceu com 2,545kg – apenas 200 gramas a mais do que a estimativa na minha última ultrassonografia com 35 semanas. Deveria ter ganhado, ali no fim, cerca de 250 gramas por semana. Mas, no final, tudo deu certo! Eu consegui amamentar logo e ela ganhou 1,5kg no primeiro mês de vida!

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Mônica com 3 meses.

Quando ela tinha 1 ano e seis meses, eu engravidei dos meninos. Mas o beta HCG (exame de sangue que pode confirmar a gestação) não apresentou números muito elevados, como dizem que acontece quando se espera múltiplos, então não desconfiamos que pudesse ser mais do que um bebê. Mas logo no início, os sintomas apareceram. Sentia cheiros fortes, sentia enjoo e muita falta de ar, coisa que eu só percebi bem no final da primeira gravidez. De manhã eu só conseguia tomar isotônico. Minha alimentação foi uma loucura até as 14 semanas, quando os enjoos finalmente passaram.

Eu descobri que esperava gêmeos bivitelinos com 6 semanas e que eram trigêmeos plurivitelinos (dois univitelinos e um bivitelino) com 8 semanas. Com 13 semanas nós fizemos a ultrassonografia da Translucência Nucal (TN) para ver a possibilidade de alguma síndrome e, naquele momento, o médico desconfiou que pudesse estar ocorrendo a Síndrome da Tranfusão Feto-fetal entre meus gêmeos idênticos. Foi tão chocante e assustador que nem deu para curtir a descoberta dos sexos. Descobrimos nesse dia que seriam três meninos.

Desde então, passamos a fazer ultrassom a cada 15 dias. Quando estava de 22 semanas o médico pôde me dar certeza de que foi alarme falso, afinal, os meninos vinham se desenvolvendo perfeitamente com a mesma proporção. Acompanhamos até as 31 semanas. Com 32 semanas, passei uma noite inteira gemendo de dor nas costas. Pensei que era um mal-estar normal porque estava muito pesada, mas por sorte tinha consulta com a obstetra na manhã seguinte. Ela me encaminhou ao hospital pensando ser uma infecção urinária. Depois de fazer exames foi possível descobrir que eu estava tendo um inchaço no rim direito. A urina que o rim já havia filtrado e enviado à bexiga estava refluindo ao rim e causando aumento no órgão. Tudo porque eu tinha três bebês espremidos dentro de mim. O tratamento para o problema era tirar os bebês dali! Mas tanto eu como a obstetra queríamos que eles ficassem lá dentro mais algumas semanas. Passei três dias internada com medicação para dor na veia. Fui liberada para ir para casa e, quando estava de 34 semanas, a obstetra viu que meu colo do útero estava muito curto e, no exame do toque, pôde sentir a cabeça do Matheus. Conseguimos vagas na UTI neonatal e agendamos o parto, com medo de dar alguma intercorrência. Os meninos nasceram no dia 4 de outubro de 2013, com cerca de 2 quilos cada um. Ficaram 15 dias no hospital e vieram para casa.

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Dia do nascimento dos trigêmeos. Saindo de casa para o hospital.

Eu não tive nenhum sangramento na segunda gravidez e tive vários na primeira. Tomei progesterona sintética nas duas gestações (descobrimos que tenho deficiência desse hormônio). Fiz dois chás de fralda dos trigêmeos, um com 19 e outro com 21 semanas de gestação. Me sentia muito cansada o tempo todo. Com 20 semanas, parecia que eu estava grávida de 9 meses! Fiquei de repouso a partir das 25 semanas, não levantava para nada além de ir ao banheiro e comer. Comia pouco (porque não cabia muita comida), mas com muita frequência.

Não fiz cerclagem (pontos no colo do útero para aumentar as chances de manutenção da gravidez), a médica achou que eu estava bem. Tomei inibidor de contrações desde as 30 semanas de gravidez de trigêmeos. Como eu esperava três, minha obstetra aconselhou fazer injeção de corticoide para amadurecer os pulmões dos bebês quando eu estava com 28 semanas de gestação. Minha segunda gravidez foi rodeada de preocupações do início ao fim. Bem diferente da primeira, que foi muito curtida. Depois que a Mônica nasceu, eu sentia saudades da barriga. Já quando os trigêmeos nasceram, eu só sentia alívio. Também, pudera, acho que tive uma overdose.

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Matheus, Murilo e Marcelo com três meses.

Agora chega de gestações, né? Ao menos por enquanto, hehehe. Brincadeira, chega mesmo… Até mais!

Nossa árvore de Natal

Vem chegando o Natal e, com ele, os preparativos para esta data tão especial para a maioria das pessoas. Eu mesma adoro o Natal e, tendo tantos filhos, imaginei o quão legal seria uma linda árvore montada aqui na minha sala. Imaginei-me montando a nossa árvore de Natal, que comprei quando casei, há quase 10 anos, e sempre sonhei em enfeitá-la com meus filhos. Imaginei que, esse ano, seria muito divertido convidar todas as crianças para me ajudar a colocar as luzinhas, as bolinhas, os presentinhos, os laços e fitas…

Aí caí na real. Uma árvore de Natal lindamente enfeitando a minha sala? A pobre coitada da sala que já sofreu a perda de duas televisões de LED (trigêmeos quebraram), do computador (tive que tirar daqui para não ser a próxima vítima) e do telefone sem-fio (vítima de arremesso à distância)? É, me dei conta de que era ilusão. Uma coisa linda que vou ter que deixar para o ano que vem (e olhe lá!).

Montando nossa árvore de Natal

Quero sim que meus filhos vivam esse momento feliz e lúdico do pinheirinho. A Mônica queria muito montar a árvore, estava me pedindo há dias. Mas quando comecei a colocar em prática o plano de montar minha linda decoração natalina, percebi que o problema nem era eles derrubarem a árvore ou quebrarem as bolinhas. Nossos enfeites são de plástico forrado, não quebram fácil. As luzinhas são daquele tipo que não tem ponta, os presentinhos são de papel. O problema, na verdade, é o perigo desses meninos colocarem tudo na boca! Vai que eu estou fazendo algo e me distraio por um minuto… É o tempo suficiente para os meninos tirarem aqueles enfeites pequeninos e engolirem uma pecinha perigosa!

Mas não poderia deixar a pobrezinha da minha filha sem montar seu pinheirinho, né? Então, a solução foi essa: montei a árvore de natal na minha sala de aula, meu local de trabalho. Já contei por aqui que eu sou professora de inglês e dou aulas em uma sala que alugo no térreo do prédio onde eu moro. Então convidei a Mônica para deixarmos a árvore lá, linda e intacta, e disse à ela que poderia ir visitá-la quando quisesse. Resolvemos montar no sábado à noite, depois de os maninhos já terem ido dormir. Eu só montei a árvore e coloquei as luzes. O resto foi ela que fez! Claro que ajudamos um pouquinho, mas pensa em uma menina orgulhosa de seu trabalho!

nossa árvore de Natal

Mônica com sua árvore de Natal.

Hoje, depois de tudo pronto, foi a vez de levarmos os trigêmeos para conhecerem a árvore e verem suas luzinhas brilhantes. Bem, como ainda são bem novinhos, não deram muita atenção. Eu até fiquei satisfeita por eles não terem achado muita graça, por enquanto. Assim não me senti culpada por não ter montado a árvore em casa.

Confirmando minha expectativa, eles tentaram arrancar muitos enfeites e, em uma das tentativas de puxar, conseguiram, enfim, derrubar a árvore no chão! Por nossa sorte, nada aconteceu porque nossos enfeites não são perigosos, como mencionei anteriormente. Mas serviu para vermos que, realmente, não poderíamos dormir tranquilos pensando que há uma árvore de natal e seus pequenos enfeites no meio de nossa sala.

nossa árvore de Natal

Estavam curiosos, mas durou pouco.

nossa árvore de Natal

Até mais!