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Os trigêmeos da Maggie

De Manaus-AM, Marília Hellen Mangueira Tapajós (Maggie), de 35 anos, e Gustavo Nobre Tapajós, 36, são os felizes papais dos trigêmeos Cecília, Isadora e Pedro Henrique, de quatro meses. Marília engravidou de trigêmeos depois de sete anos tentando engravidar.

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“Eu sempre soube que teria problemas para engravidar, porque não menstruava. Depois de passar por muitos médicos e não obter diagnóstico do meu problema, resolvi ir à São Paulo fazer tratamento com especialista. Lá, descobriram que eu tenho uma falha heterozigota no receptor de LH, que é o hormônio responsável pela ovulação (por isso eu não menstruava). É um caso raro.

Depois de descoberto o problema, nos encaminhamos para a Fertilização in Vitro (FIV), ainda em São Paulo. Na primeira tentativa engravidei, mas perdi, logo nas primeiras semanas. Esperamos um ano e meio para tentar de novo.

Nossa segunda tentativa foi em Brasília. Foram transferidos dois embriões, então esperávamos um ou dois bebês. Nas primeiras ultrassonografias vimos dois bebês e já ficamos muito felizes! Mas foi uma gravidez rodeada de pequenos sustos. Como fizemos tratamento, o tempo inteiro estava preocupada em “manter a gravidez”. Os médicos não sabiam se eu conseguiria, mas mantivemos a fé e seguimos adiante. Logo após a primeira ultrassonografia depois da FIV, eu tive um pequeno sangramento, resultado de um hematoma. Fiquei de repouso.

Quando eu estava de sete semanas, tive uma uma crise de pedra nos rins. Precisei ficar cinco dias internada, passar por uma anestesia raquidiana para o procedimento para a retirada da pedra e, no ultrassom depois do procedimento, descobrimos um terceiro bebê!!! Foi uma surpresa maravilhosa, após dias tão difíceis. Um dos embriões transferidos havia se dividido. Eram gêmeos idênticos (mesma placenta), além de um outro fraterno (placenta diferente). Ou seja, plurivitelinos.

Depois desse evento, tomamos a decisão mais importante e difícil: seguimos para o Rio de Janeiro, onde encontraríamos uma estrutura de UTI neo natal melhor do que a de Manaus. Estávamos preocupados porque gestação trigemelar é considerada de risco e os bebês prematuros são quase uma certeza. Fui para lá no início de março. Uma cidade que não era a minha, sem qualquer familiar ou amigos (exceto minha mãe, que esteve comigo sempre). Foram meses difíceis de repouso.

No RJ, fiz uma cerclagem uterina (e precisei de outra anestesia raquidiana!) e mantive o repouso o máximo que pude. Conto nos dedos os dias que saí de casa (idas ao médico e um ensaio de gestante na praia).

Maggie

Maggie grávida de 26 semanas.

Na 30ª semana tive um leve sangramento e descobrimos que os pontos da cerclagem estavam arrebentando. O colo do útero já estava quase zerado. Compramos uma comadre e nas duas semanas seguintes, só levantava uma vez ao dia, para tomar banho. Todos os xixis eram feitos deitada!

O médico então resolveu marcar o parto, garantindo as vagas na UTI neonatal e evitando uma emergência. Não precisávamos de mais nenhum susto!

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Maggie e Gustavo com os trigêmeos no dia de seu nascimento.

Os trigêmeos nasceram no dia 27 de junho de 2015. Cecília (Gemelar 1) nasceu com 42 cm e 1,625kg; Pedro Henrique (G2) nasceu com 43cm e 1,690kg e Isadora (G3) nasceu com 42cm e 1,650. Ficaram 24 dias na UTI neonatal, mas apenas para engordar e aprender a sugar! Sem qualquer intercorrência, Graças a Deus. Como havíamos nos preparado psicologicamente para a UTI, acabamos sofrendo menos do que imaginávamos. Claro que era angustiante ir pra casa no fim do dia sem eles, mas estavam bem assistidos e era isso que importava!

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Já de volta à Manaus, estou com uma equipe que nos ajuda 24 horas. Temos uma babá durante o dia, duas pessoas à noite (uma técnica em enfermagem e uma babá) e uma folguista no fim de semana (técnica).

Quanto à identificação, estou aprendendo a distinguir as meninas pelo formato do rosto. Mas inicialmente foi pela pulseira da maternidade, que mantive por bastante tempo, e depois pelo brinco!

Minha história se resume em fé e confiança em Deus. Para as tentantes, gostaria de dizer: nunca desista dos seus sonhos! Eu nunca desisti e hoje meus milagres estão aqui comigo!”

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Cecília, Pedro Henrique e Isadora hoje.

Obrigada por dividir sua história conosco, Maggie!

Você também tem trigêmeos e gostaria de contar sua história? Escreve pra mim que eu te explico como: contato@ostrigemeosdamichele.com.br

Até mais!

Como fiz meus filhos de 2 anos voltarem a dormir

Nesses últimos dois anos, tivemos muitos altos e baixos. E o sono com certeza foi um dos assuntos mais postados e discutidos por aqui. Era uma das minhas grandes preocupações quando me descobri grávida de trigêmeos: será que algum dia eu voltarei a dormir uma noite inteira?

Até que não foi tão difícil como eu imaginava. Com poucos meses os meninos já dormiam ao menos umas cinco horas direto. Isso acontecia porque fazíamos o ritual do sono: iniciávamos com o banho às 21h e depois a mamadeira às 21h30. Quando passaram a segurar a mamadeira, colocávamos direto no berço para que dormissem lá mesmo e não no nosso colo. Dizem que quando a criança adormece no colo, se ela acordar-se durante a noite e perceber que não está onde adormeceu, se desespera e procura pela situação em que estava quando dormiu. Se adormece no berço e acorda, reconhece o local através dos elementos construídos para que adormecesse e volta a dormir sem chorar.

Quando começaram a introdução alimentar, fazíamos o ritual com o jantar às 19h, o banho às 20h e o sono às 21h. Colocávamos no berço com a mamadeira (por alguns meses de leite, mas depois não quiseram mais e passamos a dar com suco). Os elementos do sono consistiam em: cobertinha azul, bico e bichinho de pelúcia (no caso deles, o George, irmãozinho da Peppa Pig). Cada mãe pode construir como quiser. Nós tínhamos esses três elementos e funcionavam. Com exceção de dias em que ficaram doentes, eles dormiam quase a noite toda. Mas, claro, como são três, às vezes acontecia de um deles acordar durante a noite e querer fazer tudo, menos dormir. Aí eu tinha que ficar acordada mesmo, me virar nos 30 e tal e coisa.

Fiz meus filhos de 2 anos voltarem a dormir

Só que há cerca de um mês, eles simplesmente começaram a dar uma volta na gente. Não aceitavam mais o nosso ritual e a nossa rotina de costume e, de uma hora para outra, passaram a dar trabalho para dormir. Não queriam dormir, choravam e brigavam na hora de tomar a mamadeira e só dormiam porque meu marido pegava um por um no colo e os fazia dormir. Essa técnica resultava em diversas acordadas com muito choro durante as madrugadas e todos os filhos quase todas as noites dormindo conosco. Ou seja, estávamos deixando eles fazerem só o que quisessem. E isso não é bom para nenhuma das partes envolvidas.

Até que, em uma das noites, ninguém dormiu. Dois dos trigêmeos acordaram às 1h30 e ficaram acordados até às 4h30, quando o terceiro acordou. Naquela noite, nem meu marido nem eu dormimos. Foi o caos! Estávamos acostumados a dormir pouco ou mal, mas não estávamos mais acostumados a não dormir.

A situação fez com que tomássemos atitudes diferentes. Há exatamente uma semana, resolvi tomar as rédeas da situação e colocar ordem no galinheiro! Depois de terem jantado e tomado banho, escovei os dentes das criaturinhas e levei os três para o quarto deles. Coloquei cada um em sua caminha, dei as cobertinhas para todos e o bico para o Matheus e para o Marcelo (Murilo deixou o bico por conta própria há alguns meses), expliquei de maneira firme que tinham que dormir, desliguei a luz e fiquei no quarto deles cantarolando um nana-nenê, fazendo “pronto-pronto” nas bundinhas e fazendo “shhh” para que ficassem quietinhos. Sentei um pouco na caminha de cada um e aos poucos eles foram sossegando e adormecendo. Em alguns momentos, todos choravam, mas eu conversava, explicava e fui levando. Demorou cerca de 40 minutos, mas eu estava determinada. Não sairia daquele quarto sem atingir meu objetivo. Fui teimosa persistente.

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Marcelo e os elementos criados para a construção do ritual do sono.

Naquela madrugada, cada um acordou chorando uma vez. Mas consegui ir até o quarto e fazê-los dormir de novo da mesma forma. Na tarde seguinte, fiz o mesmo com a soneca depois do almoço. Na noite seguinte, segui o mesmo roteiro. Demorou apenas 20 minutos para todos dormirem e… todos dormiram a noite toda!! Isso mesmo! A noite todinha! Eu coloquei minha cabeça no travesseiro a meia-noite e acordei sozinha cinco minutos antes do meu despertador, às 6h55. Dormi praticamente sete horas seguidas, sem interrupções!

Nas noites que seguiram, realizei o mesmo procedimento e eles continuaram dormindo bastante e muitas horas seguidas. Estão dormindo praticamente sem acordar das 21h às 7h. O horário é ótimo, mesmo que acordem cedo para caramba.

Com quatro filhos, incluindo trigêmeos, a gente precisa ter uma rotina e um treinamento quase militar para conseguir viver feliz. Aqui em casa, rotina é sinônimo de felicidade porque conseguimos nos programar e sobra espaço e tempo para fazer todas as atividades que precisamos. Criança que dorme bem, é criança feliz. Criança que dorme bem tem pais bem mais felizes também…

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Pai feliz, filho feliz! Matheus com papai Maurício.

Até mais!

Leia mais posts sobre o sono

O novo layout do blog!

Nosso blog ganhou cara nova! Está mais moderno, mais bonito e muito mais organizado! Agora é possível encontrar os assuntos no menu principal, marcados conforme o seu interesse.

A vontade de ter um blog mais funcional e profissional fez com que, ainda em julho desse ano, eu entrasse em contato com o Grupo Xcake, empresa que tem no portfolio blogs lindos e muito interessantes. Começaram criando meu novo logo e aos poucos o novo layout do blog foi nascendo. Nosso blog trocou de uma excelente plataforma gratuita (wordpress.com) para uma excelente plataforma paga (wordpress.org), que permite que façamos templates conforme nosso gosto e nos dá muito mais autonomia.

Depois dessa etapa pronta, a Difluir foi contratada para fazer a programação do blog e, então, quando estava quase tudo pronto, foi a vez de contratar o Prelude Hosting para fazer a nossa migração de conteúdo de uma plataforma à outra e hospedar nosso blog!

Hoje, temos um menu principal em azul – abaixo do logo – com todo o conteúdo do blog organizado em categorias. Você pode saber mais sobre minha gravidez, parto, enxoval e chá de fraldas clicando em “gravidez”; pode saber mais sobre amamentação, alimentação e ler os desabafos dessa mamãe de múltiplos em “maternidade”; pode acompanhar o desenvolvimento dos trigêmeos em “fases”; pode ler as dicas sobre festas, decoração, saúde, produtos, etc. em “dicas”, além de ler as minhas receitas, outras histórias de trigêmeos e as pérolas da Mônica!

O menu superior tem a nossa história, as respostas para as perguntas frequentes que recebo por e-mail, os veículos que já falaram sobre a gente, e você ainda pode entrar em contato comigo por ali! Adoro receber e-mails das queridas pessoas que acompanham nossos trigêmeos e nossa garotinha mais velha!

Temos uma linda caixa de destaques com slide! Nossos posts recentes estão bem melhor organizados, por ordem de postagem. Também temos o último post de cada categoria em destaque depois dos seis posts mais recentes. E, por último, nossos posts mais lidos.

Na barra lateral, você tem acesso ao meu Guia de Fornecedores. Ali estão as empresas que me prestaram serviço e eu gostei. Várias pessoas que eu indico e que tem a ver com o nosso universo, que tem a ver com a mãe, mulher, professora, jornalista que sou. Além disso, na barra lateral você poderá ver algumas das pérolas da Mônica em destaque, para que te dê vontade de ler a página que foi feita com muito amor só para ela, que é o meu primeiro amor infinito! O nome dela pode não estar no título do blog, mas ela está presente em todos os momentos que escrevo por aqui, afinal, ela é minha filha mais velha e vem fazendo parte da nossa vida antes mesmo de termos tido os trigêmeos.

Abaixo das pérolas, ainda será possível ver os ícones para as nossas redes sociais: YouTube, Instagram e Facebook. Estamos presentes nessas três! Você ainda pode assinar a nossa newsletter e ler os blogs que eu também leio, no meu blogroll.

O blog é totalmente responsivo, isso quer dizer que ele se adapta muito bem à tablet e celular. Foi desenvolvido layout para cada um dos aparelhos.

O blog contará com colunistas mensais falando sobre moda para mães e gestantes, pediatria e nutrição infantil. Apresentarei nossas novas colunistas em breve!

Ufa… Eu estou totalmente apaixonada pelo meu novo layout e novo blog! Espero encontrar você por aqui ainda com mais frequência, já que arrumamos a casa para te receber melhor!

Até mais!

Omelete nas forminhas de cupcake

omelete

Coloquei cenoura ralada, chuchu ralado, cebola ralada, tomate picado bem pequeno e ervilha nas forminhas de cupcake. Usei 8 ovos batidos, um pouco de sal e uma colher de sopa de óleo para desgrudar da forminha. Se a família é menor, dá pra fazer só uma forminha, só 6 omeletes, usando somente 4 ovos e os vegetais que estiverem na geladeira! Vou tentar com abobrinha na próxima vezOs meninos adoraram! Comeram junto com sopinha de lentilha.

Até mais!

Quando a realidade não é como idealizamos…

Minha sobrinha Cristina nasceu no dia 2 de outubro, há 33 dias. Desde então, tenho esperado o melhor momento para contar como minha irmã está se saindo como nova mamãe e como tem sido a rotina dela com um bebê pequeno. Minha irmã já é tia de oito sobrinhos, quatro são os meus filhos e ela ainda tem mais quatro sobrinhos por parte do marido. Experiência trocando fraldas, dando banho, brincando e se divertindo com crianças ela tinha de sobra, mas quem disse que é fácil tornar-se mãe e que as coisas são como idealizamos?

Durante a gestação ela se preparou para o parto normal. Procurou a médica ideal, que apoiasse sua decisão, e encontrou uma profissional perfeita (e que atendia pelo plano, pasmem!). Durante muitos meses ela fez hidroginástica e outros exercícios para reforçar o assoalho pélvico. Esperou as 40 semanas e, felizmente, com 40 semanas e 3 dias, entrou em trabalho de parto. Com muitas dores das contrações, deu entrada na maternidade na madrugada da quinta-feira dia 1° de outubro. Mas foi mandada para casa porque era “alarme falso”. Passou um dia inteiro contando a distância entre uma contração e outra e, quando achou que estava na hora, voltou para a maternidade, já com três centímetros de dilatação.

As contrações diminuíram o intervalo, ela estava com 5 centímetros de dilatação (para o parto precisa de 10cm), tudo dando certo até que… O trabalho de parto simplesmente involuiu. Estacionou aí. A nenê fazia força para cima, não vinha, não encaixava. Minha irmã, que já não suportava as dores, pediu a anestesia peridural. Após a anestesia já estava com 7cm de dilatação, mas a nenê ainda estava “lá em cima”. Então a obstetra resolveu estourar a bolsa pra ver se ela descia. Ficou um tempão tentando, com a ajuda da médica. Estouraram a bolsa e aí veio o mecônio (fezes que o bebê pode excretar ainda na barriga; a existência de mecônio pode indicar sofrimento fetal). Passou-se meia hora e os batimentos cardíacos da bebê começaram a apresentar queda. Depois de todas as chances que teve para ela encaixar e vir ao mundo via parto normal, concluiu-se que realmente não ia rolar. “Cesárea” foi o que a médica disse. Cesárea? Minha irmã não queria de jeito nenhum. Não havia se preparado psicologicamente para recuperar-se de uma cesárea. Tinha certeza que não faria. Não queria. Ficou arrasada.

Como o efeito da anestesia estava passando e ela estava voltando a sentir as contrações (desta vez muito mais super mega doloridas), concordou em fazer a cesárea. As circunstâncias do momento fizeram a equipe médica decidir por ela. A nenê nasceu bem, aspiraram o mecônio antes de ela chorar. Deu tudo certo, apesar dos pesares. Cristina nasceu com quase 3 quilos e 48cm. Uma belezinha. Coisa querida de sua dinda (eu)!

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As manas com a Cristininha um dia depois do parto.

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Coisa querida de nenê fofinho.

Quando as coisas não são como idealizamos 

Dizem que foi porque minha irmã entrou em trabalho de parto que logo depois da cesárea ela já tinha colostro. O leite desceu em 3 dias. Tudo indo bem, perfeito. Até que… o leite empedrou. Ela precisou ir ao hospital para tirar o leite empedrado porque a nenê não conseguia mamar. Aproveitou para aprender algumas dicas de amamentação com as enfermeiras. Mas, em casa, não saía nada com a bombinha. A nenê só sugava e chorava. Um verdadeiro desespero! Chegou o dia da pesagem na pediatra e a pobrezinha da Cristina estava pesando o mínimo, quase fora da curva. Minha irmã estava um caco. Preocupação a mil e eu aqui a quilômetros de distância delas, sem poder ajudar.

“Tô me sentindo péssima! Já não pude ter o parto normal, agora não consigo amamentar! Isso é muito frustrante!”, palavras de minha irmã via mensagem no meu celular. Eu entendo a frustração dela, mas isso só me faz lembrar de uma coisa que, certa vez, uma psicóloga me disse: temos que aprender a entender a diferença entre o que imaginamos durante a gestação e a nossa realidade. Muitas vezes criamos expectativas irreais sobre nossos filhos ou sobre nosso parto e elas simplesmente não acontecem ou não são possíveis. Essa psicóloga me disse isso quando tive a Mônica, porque eu imaginava um bebê ruivo e Mônica nasceu morena. Imagina o que ela me diria depois de saber que planejei um filho e vieram trigêmeos?

A realidade não é como idealizamos

Eu tive três filhos ao mesmo tempo. Gerei três ao mesmo tempo na mesma barriga. Depois de um parto prematuro (coisa que mãe nenhuma deseja), tive que ir embora do hospital sem nenhum nenê no colo. Tive que deixar, por 14 noites seguidas, meus tesouros sob os cuidados de desconhecidos, dentro de um hospital que, apesar de ficar próximo à minha casa, me parecia estar à quilômetros de distância. Apesar de amamentar no peito por seis meses, tive que complementar com fórmula cada dia mais porque, afinal, não dava conta de produzir leite para o meu pequeno batalhão. De frustração eu entendo.

Mas sabe porquê estou dizendo tudo isso? Porque, apesar de tudo, acho que a gente tem que se acalmar e dar tempo ao tempo. Não queria fazer cesárea, paciência, foi preciso. Não está conseguindo amamentar? Calma, tenta. Paciência. Eu aprendi que a realidade é diferente de como idealizamos. Eu me conformei que nada pode ser planejado nessa vida. Aprendi que, depois que as coisas se acalmam, no fim das contas, a realidade é melhor do que aquilo que a gente idealizava. E como isso é bom! Porque podemos, também, ser surpreendidos positivamente, sabiam?

A conclusão da pediatra e da obstetra é que minha irmã está quase sem leite. Receitaram um remédio para ela, que está tomando e torcendo para vir mais. Minha irmã se recusa a dar fórmula até ter tentado tudo que estiver a seu alcance. Vamos cruzar nossos dedinhos para que dê certo. Mas, mesmo que não dê, vamos torcer para que, daqui a algum tempo, ela lembre dessa fase apenas como “olha tudo que eu fiz pelo bem da minha filha”.

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Cristina com a mamãe Marina.

Até mais!