Últimos posts

Os trigêmeos da Marissandra

De Mandirituba-PR,  Marissandra Gomes, 29 anos, e Diego Silva, 27, são pais de quatro filhos: Diego Filho, de 5 anos, e dos trigêmeos Theo, Antony e Kadu, que completam 11 meses na próxima segunda-feira, dia 11. Ela conta sua história pra gente.

“Tudo começou em 2011. Depois da minha primeira gravidez (Diego Filho nasceu em 27/01/2010), descobri que estava com pré-câncer no útero. Foi um momento muito difícil, quando fiz uma cirurgia onde retiraram grande parte do meu útero. Pensei que nunca mais iria engravidar, mas estava conformada pois já tinha o meu príncipe Diego. Meu marido vinha pedindo para que eu engravidasse por 3 anos, mas até então não queria pois minha vida profissional estava indo muito bem. Tinha realizado meu sonho de ter uma Companhia de Dança então não estava pensando em engravidar nesse momento. Mas como Deus escreve certo por linhas tortas, fui à minha consulta com a ginecologista e perguntei se eu poderia engravidar. Ele deu risada e respondeu que eu poderia tentar, mas que seria um pouco difícil pois havia feito uma cirurgia grande e meu útero estava muito sensível ainda… Então fui embora e falei pro meu marido que seria difícil engravidar. Ele ficou triste mas ficou por isso mesmo.

Por ironia do destino, nem um mês após a consulta fui fazer comida e senti uma coisa esquisita, tipo enjoo, mas pensei: ‘não posso estar grávida pois tomo anticoncepcional!’. Liguei pro meu marido e pedi pra me trazer um teste de farmácia. Ele ficou na porta do banheiro e eu, tremendo, esperando a confirmação. Aí, batata! Estava grávida! Senti um misto de alegria e medo tudo junto…

Era final de ano e todos estavam indo viajar, então ficou difícil achar médicos e horários para ecografias. Mesmo assim, após muita insistência, consegui. O ultrassom confirmou que estava grávida de 8 semanas, aí o médico me mandou fazer uma ecografia mais detalhada para ver se meu útero não estava curto por causa da cirurgia. Marquei a tal ecografia e fui com meu marido e meu filho. Começando a eco, o médico falou: ‘escuta o coração!’ De repente, novamente: ‘escuta o coração!’ Eu pensei ‘esse médico está louco, já escutei o coração!’. Sem nos preparar ele solta aquela frase: ‘Parabéns, você vai ser mãe de gêmeos!’ Eu não conseguia nem sair da maca de tanta emoção…

Mas tinha o útero curto, então as preocupações eram grandes. Já ligamos para todos os nossos familiares e foi aquela festa! Comecei a tomar remédios para ajudar a não abortar. Depois de 15 dias, o médico pediu outra ecografia para ver se estava tudo bem. Aí veio mais uma surpresa! Fui com minha mãe, pois já sabíamos que eram gêmeos. Deitei na maca, o médico veio e disse: ‘Parabéns pelos gêmeos! Vamos ver como estão esses bebês’. Ele começou e disse: ‘não são dois’. Pensei: ‘não, meu Deus, o que será que aconteceu?!’ O médico estava vendo mais um coração: ‘São três!’ Minha mãe chorava e chorava e eu ali, estática… Liguei pro meu marido e ele não acreditava! Na verdade, ninguém acreditava! Pra quem talvez nem poderia ter filhos, estar grávida de 3!! Trigêmeos univitelinos, todos idênticos.

A partir daí, aos 3 meses fiz cerclagem (procedimento que dá pontos no colo do útero para sustentar melhor o peso da gravidez) para segurar eles e fiz repouso absoluto. Só levantava para ir ao banheiro e sair para as muitas consultas de 15 em 15 dias.

10300248_564238133689208_635213296089724149_n

Com 29 semanas, mesmo com a cerclagem fiquei com 2 cm de dilatação e fiquei internada por dez dias. Os médicos viram que não dava mais pra adiar o parto pois meus bebês estavam fazendo transfusão feto-fetal (leia sobre STFF aqui).

Às 31 semanas, no dia 11 de junho de 2014, os bebês nasceram! Theo com 1,200kg e 38 cm; Antony com 1,500kg e 39 cm e Kadu com 1,120kg e 37 cm. Todos foram entubados e Antony era o caso mais grave pois tinha roubado o sangue de Theo e Kadu (na transfusão feto-fetal, o bebê receptor de sangue pode apresentar problema cardíaco devido ao excesso de sangue a ser bombeado).

Foram 40 dias de UTI neonatal, os piores dias da minha vida. Ficávamos 12 horas todos os dias no hospital. Só vínhamos embora pra dormir e dar uma olhada no Dieguinho. Os 3 pegaram infecção e Antony teve hemorragia pulmonar, nós quase o perdemos! Mas Deus é muito grande! Durante os 40 dias que eles ficaram na uti, foram superbem tratados. Todos cuidavam como se fossem deles. Sou muito agradecida pois se não fossem eles, o que seria do meu trio?

Marissandra

Marissandra e o marido com 2 dos 3 bebês na UTI.

Quando chegaram do hospital, eles colocaram pulseiras nos pés. Mas mesmo assim trocávamos eles! Aí fui aprendendo quem é quem e consigo diferenciar. Minha mãe, Sandra Neneman, é quem me ajuda. Ela é meu braço direito durante o dia. Meu marido ajuda durante à noite e depois que chega do trabalho.

Agora estão engatinhando e ficam em pé em tudo. O dia todo é para os 4!”

DSC_0220

A mamãe Marissandra, o papai Diego e os quatro meninos.

Marissandra 01DSC_0558

Você também tem trigêmeos e gostaria de contar sua história aqui? Me escreve: mfvkaiser@yahoo.com.br

Até mais!

Rotina com os afazeres domésticos

Muita gente me pergunta como são nossos afazeres domésticos e a lida com a casa e as crianças. “Como você dá conta?” é a pergunta que mais me fazem. Nunca sei como respondê-la, até porque levaria horas. Acho que a pessoa que pergunta também não está esperando resposta, apenas quer me dizer que acha muito difícil! Olha, fácil não é, mas a gente se organiza de uma forma que acaba dando certo.

Estabeleço rotina para os afazeres domésticos. Meu marido tem as funções dele, eu tenho as minhas, e nossa babá tem as dela. Até a Mônica entra na onda e adora arrumar a sala no fim do dia! Ela guarda os brinquedos na caixa de brinquedos da sala. Assim a casa está arrumada pela manhã. Estipular os dias da semana que vamos lavar a roupa, passar, fazer as preparações mais demoradas para ter no congelador e os horários para ir ao supermercado faz com que você consiga se organizar mais facilmente.

Afazeres domésticos: Comida

Afazeres domésticos Risoto

Agora que os meninos comem a mesma comida que nós, optamos por nós comermos a mesma comida deles! Explico: faço as coisas de maneira mais saudável pra eles, então, acabo fazendo em maior quantidade para que possamos comer também. Coloco menos sal, menos azeite e mais cebola, por exemplo. Também não usamos extrato de tomate e sim tomates de verdade! Mas como não sou muito fã de cozinhar comida salgada, nos dias que nossa babá vem de manhã, por exemplo, ela é a escolhida para cozinhar. Eu prefiro ficar com as crianças. Fazemos risotos, polenta, arroz com feijão, sopa de lentilha, etc.

Para os lanches da tarde, faço bolinhos com muita frequência porque as crianças adoram e a Mônica precisa ter um lanchinho saudável para levar para a escola. Uso receitas mais saudáveis como bolo de cenoura, bolo fofo de iogurte natural, bolo de laranja. Raramente de chocolate.

As receitas podem ser encontradas na categoria Receitas.

Afazeres domésticos: supermercado e feira

Meu marido e eu fazemos supermercado (rancho) geralmente nas sextas-feiras à tarde uma vez por mês. Compramos arroz, feijão, lentilha, farinha, polenta, massa, açúcar, café, papel higiênico, sabão em pó, amaciante, produtos de limpeza e higiene, etc. para durar um mês (mais ou menos). Aí nas outras sextas compramos em menores quantidades. Todas às sextas, às 16h, vamos à uma feira de produtores locais aqui no nosso bairro. Lá compramos 35 laranjas (cinco por dia para o suco do almoço para os 4 filhos), cerca de 40 bananas (bem maduras, médio e meio verdes para amadurecerem mais pro fim da semana), cebola, tomate, cenoura, moranga (abóbora cabotiá), mamão, maçã, etc. A cada 15 dias, compro de um mercadinho no meu bairro carne moída de gado de primeira, carne moída de frango e peito de frango. Separo em pequenas porções e congelo para os nossos almoços. Às vezes compro carne de alcatra para bife. Não somos estressados se nosso almoço não tem carne.

Afazeres domésticos: roupas

Lavamos uma máquina cheia de roupas das crianças dia sim, dia não. Apesar de ter sacada fechada, não deixo muito tempo no varal. Aqui na Serra Gaúcha é frio e úmido, então prefiro colocar na secadora a ter que lavar de novo porque ficou com cheiro. As roupas dos adultos são lavadas a cada três dias. Temos um dia da semana quando a roupa é passada (principalmente as do marido), mas não passamos todas. As dos meninos raramente passamos, as da Mônica, só as camisetas e uniforme do colégio.

Afazeres domésticos

Nosso varal é aéreo, em cima da sacada que já postei várias vezes onde os meninos brincam.

Afazeres domésticos

Murilo me ajudando a pendurar as roupas no varal.

fugindo com meia molhada afazeres domésticos

Murilo fugindo da mãe com uma meia molhada!

Afazeres domésticos: louça

Lavamos a louça depois do almoço e da janta. Pra dar conta de cuidar deles e todo o resto, o ideal é lavar depois que dormem, ao meio-dia, e depois da janta, que é quando dá mais bagunça de louça. A louça dos lanches da manhã e da tarde são empilhadas organizadamente dentro da cuba da pia para não ficar com cara de bagunça e esperam até a refeição grande para serem lavadas. Isso ajuda até a economizar água.

Afazeres domésticos: banho

A rotina do banho e do sono já é conhecida pelos leitores assíduos do blog. Às 20h45, meu marido enche com água morna as duas banheiras no box do banheiro social do apartamento, enquanto eu faço as mamadeiras. Tiramos a roupa deles, colocamos os três nas banheiras e ele dá o banho. Conforme vão ficando prontos, vou buscando um a um. Pego o primeiro, seco, coloco fralda, pijama e meia, limpo o nariz, escovo os dentes e ponho em seu berço. Pego o segundo e vou fazendo o mesmo processo, enquanto meu marido vai secando o terceiro. Termino o segundo e pego o terceiro já quase pronto. Termino de limpar o nariz e escovar os dentes enquanto meu marido já vai checando a temperatura das mamadeiras e trazendo pro quarto. Damos os mamás para eles tomarem deitados no berço, com travesseiro elevado a cerca de 30 graus. Geralmente pegam no sono ao fim do mamá. Se não, colocamos o bico e dormem. Raramente temos que pegá-los no colo. A Mônica normalmente toma banho antes deles, toma mamadeira e dorme.

hora de banho - Afazeres domésticos

Às 22h

Depois que eles dormem, lavamos as mamadeiras, esterilizamos, fervemos água para os próximos mamás, varremos o chão. Geralmente o marido leva o lixo (principalmente o das fraldas!). Esse também é o horário que, com todos dormindo, aproveito para preparar minhas aulas, atualizar o blog, conversar com as irmãs ou amigas no whatsapp, ler os blogs dos outros, assistir TV com o marido, pintar meu Jardim Secreto. Não necessariamente nessa ordem.

Afazeres domésticos: babá e faxineira

Tenho a babá que vem todas as tardes e algumas manhãs. Ela me ajuda muito a organizar a casa. Mesmo assim, uma vez por semana, tenho uma faxineira que vem fazer o serviço mais grosso. Até porque eu insisto com a babá que quero mesmo é que ela me ajude a cuidar e dar atenção às crianças, o serviço fica em segundo plano! A faxineira limpa os banheiros, passa aspirador, esfrega melhor a cozinha, enfim, dá um acabamento melhor àquilo que eu fico tapeando durante a semana. Com muita frequência, eu e meu marido damos uma boa limpada numas coisas que elas não fazem, como a organização interna dos guarda-roupas, por exemplo.

Bom, é assim que damos conta! Alguma sugestão? Até mais!

1 ano e 7 meses – Cada um é um

Os trigêmeos e a Mônica estão completando meses hoje. Os meninos, nascidos em 4 de outubro de 2013, completam 1 ano e 7 meses. A Mônica, nascida em 4 de agosto de 2011, completa 3 anos e 9 meses.

Desde que Mônica começou a frequentar a escola, em fevereiro desse ano, temos enfrentado algumas dificuldades com gripes e resfriados. Ela fica doentinha na escola e traz tudo pra casa. Mas como é maiorzinha e tem mais defesas (além de saber dizer o que tem e onde dói), o problema na verdade é os resfriados que os meninos estão pegando dela. Então, desde que ela foi pro colégio, os meninos não tem dormido mais a noite inteira por causa de nariz escorrendo e tosse. Ultimamente, nesse último mês, o papai e a mamãe têm andado uns zumbis de tanto sono e meio que um pouco desanimados. Que saudade do tempo que dormiam a noite inteira e acordavam às 8h30!

Hoje nosso dia tem começado cedo, muitas vezes, antes das 6h. Eles continuam dormindo às 21h30, mas acordam cerca de 3 vezes à noite cada um. Algumas vezes temos que pegar no colinho e fazer dormir, outras vezes é só colocar o bico que dormem de novo. Como acordam mais cedo, o almoço está sendo às 11h30 e o soninho da tarde está sendo às 12h. Algumas vezes o papai nem consegue vê-los quando vem pra casa almoçar, pois já estão dormindo. Acordam entre 14h e 14h30.

O desenvolvimento deles está excelente. Todos caminhando firmes, sentando e levantando rapidamente, comendo bem (bastante mesmo) e de tudo (com exceção de algumas frutas). Melhoraram bem da otite, mas vira e mexe estão com nariz escorrendo.

O Matheus está o mais falante. Ele diz várias palavrinhas (colo, bola, não, acabou, mais, oi, tchau) e balbucia diversas sílabas, contando várias coisas que a gente não entende. Ele é guloso, meio egoísta, mandão, se impõe sobre os manos. Quando escolhemos qual vídeo assistir, é ele que diz qual que pode ser. Se coloco um que ele não quer, ele pega o controle e me dá, dizendo “não”. Se está tocando a música que ele gosta (ou aceita) e está com a barriga cheia, é muito feliz e sorridente.

O Murilo também diz várias palavrinhas (au-au, acabou, bola, tchau). Ele é muito engraçado! Quando come, abre um bocão de jacaré que me mata de rir. E como ele tem uma covinha embaixo do olho direito, quando abre o bocão a covinha aparece e eu me derreto. Ele é sociável, mas é mais independente que o Matheus, que vive pedindo colo. Outra coisa sobre ele é que vive arrastando sua cobertinha azul pela casa. Tropeça nela diversas vezes. Eu tenho chamado ele de “Mulino”, por causa do Lino, do Charlie Brown, lembram?

Lino

IMG_4883

“Mulino” sempre agarrado à coberta, como o Lino, do Charlie Brown (aquele desenho que tinha o Snoopy e o Woodstock).

Marcelo, nosso gêmeo fraterno (não-idêntico) é mais introspectivo, concentrado. Aprende as coisas sozinho e mais rápido. Ele pega os brinquedos e as coisas e aprende pra que serve. Ele não é tão sociável como os manos, é mais na dele. Enquanto os outros dois brigam e brincam, ele fica mais tempo brincando sozinho. Mas às vezes se interessa pelos outros e dá gargalhada, conversa. Porém, está atrás na fala. Ainda não fala nenhuma palavrinha, só balbucia sílabas e dá gritos de feliz. Em compensação, foi o que firmou as pernas primeiro, engatinhou e caminhou um mês antes dos outros dois.

Mônica continua querida, aprendendo muito na escola, fazendo amizades, contando histórias malucas, soltando suas pérolas. Cada vez mais ela me ajuda com os maninhos e eles adoram rir dela e com ela. Quando eles estão choramingando muito, é ela que me ajuda a acalmá-los e fazê-los rir!

festa pré-banho

Essa semana levaremos todos fazer a vacina da gripe. Até mais!

Aposentando a cadeirinha de alimentação. E agora?

Já no tempo que tinha apenas a Mônica, achava os cadeirotes (ou cadeirões) muito grandes. Meu apartamento não é muito grande, mas a cozinha até tem um tamanho bem bom. O problema é que eles ocupam muito espaço, então, optamos pela cadeirinha de alimentação portátil, de apoio à mesas. A Mônica ganhou uma Agarra Baby.

Essas cadeiras funcionam através de um sistema de alavanca, onde o peso da criança faz a força necessária para sua sustentação, o que acredita-se ser seguro. Essa da Mônica é muito boa, já que o material da mãozinha que segura na mesa é bem aderente à superfície. Porém, na época, não sabia que não deveria ser usada em vidro! Aguenta até 16kg, ela ainda tem 15kg mas não usa mais (já passamos para minha sobrinha Cristina). Depois usei somente em mesa de madeira ou no granito.

cadeirinha de alimentação

O valor desse modelo é cerca de R$100,00.

Quando engravidei dos trigêmeos, descartei totalmente a ideia de ter cadeirotes e optamos pelo mesmo estilo, mas um modelo ainda menor, comprado em supermercados. Pagamos cerca de R$30,00 cada uma. Sabíamos que a qualidade era inferior.

Os meninos começaram a usá-las para comer quando tinham cerca de 8 meses. Antes sempre dávamos as refeições no bebê-conforto. Principalmente depois de minha mãe ter se mudado de volta à sua cidade, em janeiro de 2015, passamos a utilizá-las mais para podermos alimentar os meninos ao mesmo tempo. Também foi quando parei de ter um prato para cada um e uma colher para cada um. Preferi usar tudo no mesmo para simplificar o processo.

Leia sobre os cuidados excessivos que já não tenho mais.

cadeirinha de alimentação

Cadeirinha de alimentação: é seguro?

Porém, nos últimos tempos, a cadeirinha de alimentação tem se tornado perigosa. Os meninos são muito sapequinhas e pulam muito. Eu geralmente coloco eles sentadinhos na cadeirinha para comerem assistindo a um vídeo no tablet. Mas eles querem dançar a música, interagir, bater palmas e pular na cadeira. Como essa cadeirinha de alimentação é de plástico na parte que apoia à mesa, ela desliza no granito e na madeira. Tenho estado aflita!! Por isso, optei por não mais usar essas cadeiras e sentá-los no sofá para dar a comida. Não posso dizer que foi uma solução muito inteligente porque eles fogem de mim e vão fazer outras coisas. Mesmo tendo que correr atrás deles com a colher na mão, preferi a segurança.

A solução foi comprar uma mesinha

Atualizando… Algum tempo depois de escrever esse post, compramos uma mesa de plástico e as crianças fazem as refeições ali. A mesa é excelente e as crianças fazem tudo nela, desde comer até desenhar e folhear livrinhos.

cadeirinha de alimentação - mesinha Tramontina

Até mais!

O dia em que mamãe chorou

Me considero uma pessoa paciente, otimista. Talvez os mais próximos, que falam comigo todos os dias, possam discordar desse meu perfil, mas a verdade é que sempre tento ver o lado bom das coisas e acredito que se algo não tem remédio, é porque remediado está (como diz o velho ditado). Mas o assunto desse post é o dia em que mamãe chorou.

Certa época da minha vida, quando tinha somente uma filha, decidimos que era hora de dar à ela um irmãozinho. Parei com o anticoncepcional e no segundo mês de tentativas, me descobri grávida. Eram dois sacos gestacionais. Dez dias depois, descobrimos que dentro de um dos dois sacos havia dois embriões, ou seja, estávamos esperando três bebês.

Aí veio a preocupação com a transfusão feto-fetal, que nos atormentou por cerca de 3 meses durante a gestação. Descartada a possibilidade, iniciou-se meu período de repouso absoluto (um ócio cretino), coisa que só serve para encher a cabeça da gente de mais preocupações e tormentos. Próximo das 30 semanas, o medo que as crianças nascessem sem aviso, sem estarem maduras. Será que conseguiremos 3 vagas na UTI neonatal quando chegar a hora? Conseguindo chegar na 32ª semana, uma dor excruciante no rim direito, causada pela pressão do bebê número 3. Aguentando a dor,  a 34ª semana chegou, e a hora também. Bebê número 1 fazia muita pressão e estava prestes à vir ao mundo. Um dia inteiro de nervosismo até conseguirmos 3 vagas no hospital que eu queria e que fica ao lado do meu prédio! Ufa!

Leia a nossa história e saiba como descobrimos a gestação.

Os primeiros 15 dias de UTI massacraram meu coração, mas chegamos em casa com tudo bem. Os primeiros dois meses massacraram meu corpo com o cansaço de noites mal dormidas e uma sensação estranha de que aquela não era minha vida. Milhões de preocupações passavam pela minha cabeça, iam desde o medo dos bebês se afogarem com o leite e eu não saber salvá-los até a neurótica ideia de que iam roubar o carro com todos os meus filhos dentro! Mas o tempo passou, tive ajuda de pessoas queridas e o que parecia impossível se tornou possível. Aprendi a viver com as dificuldades e a treinar-me para aceitar a ajuda das pessoas. Afinal, eu realmente precisava. Tudo foi amenizando. Aprendi a suportar as madrugadas, a escutar um choro sem surtar e a manter a calma nas situações difíceis, embora ainda existam momentos onde perco a paciência e preciso respirar fundo.

Quando mamãe chorou

No belo sábado que passou, ensolarado e feliz, contente arrumando meus filhos para a festa de aniversário de uma vizinha querida, abaixei-me para escolher três calças bonitas de “homemzinho” na gaveta de baixo da cômoda. Matheus estava de pé dentro de seu berço, brincando com as coisas que estavam em cima da bancada. Ele aprendeu a abrir as gavetas e tirar tudo pra fora. De repente, sem qualquer preparação, recebo uma imensa paulada na cabeça. Matheus havia aberto, com uma força que não imaginei que pudesse ter, a extensão de madeira do trocador. Ela bateu com toda a força no topo da minha cabeça. Vi estrelas de todas as cores.

Essa foto ilustra o extensor ao qual me refiro, que veio parar na minha cabeça:

mamãe chorou

Marcelo sentado na bancada após banho.

Assim, com tanto sentimento acumulado no meu peito, no momento em que levei a pancada, tentei me segurar, mas tonteei e chorei. Chorei copiosamente. Chorei tão forte que solucei. Deixei as lágrimas virem. Mamãe chorou. Fiz tanto barulho que o Matheus pensou que eu estava rindo e começou a gargalhar. Fiquei lá, sentada, com as mãos no rosto, chorando por cerca de 5 minutos. Cinco minutos. Cinco minutos é uma eternidade para uma mãe que tem que cuidar de quatro filhos. O papai estava tomando banho. E a mamãe? Mamãe estava chorando sentada no tapete do quarto dos trigêmeos.

Mamãe chorou. A pancada doeu demais. Muito mesmo. Olha que fiz duas cesáreas, hein! Só me lembro de dor maior quando tive o problema no rim durante a gestação. Mas nem foi tanto por isso que chorei. Chorei por causa de tudo. Chorei porque tenho quatro filhos pra cuidar. Chorei porque dá trabalho. Chorei porque nem posso reclamar que dá trabalho porque o que importa é que eles são saudáveis. Chorei porque quero uns dias de descanso. Chorei porque me sinto culpada por querer uns dias de descanso. Chorei porque tenho medo de não dar conta. Chorei porque deixei a torneira abrir-se. Chorei. Chorei. Chorei. Chorei um monte. Chorei pra caramba.

Depois de uns 10 minutos, me levantei e toquei a vida. Sou otimista, mas foi muito bom chorar. Colocar tudo pra fora. Até foi bom meu filho me dar uma pancada na cabeça. Assim eu pude chorar. A partir de agora, vou marcar um horário: todos os sábados, às 22h, vou me sentar, relaxar, e chorar.