A realidade com quatro filhos

Sendo mãe de apenas um, a gente já se sente esgotada, com sono, com fome, com saudade de ler um livro com as pernas para o ar… Imagina o que eu senti quando descobri que esperava trigêmeos, sendo que já era minha segunda gravidez: teria quatro filhos! “Nossa, nunca mais vou ter sossego”, pensei. Mas a maternidade surpreende e a gente vai vivendo um dia de cada vez.

Eu queria ser mãe de dois, por isso tentei o segundo filho. Mas, surpreendentemente, vieram mais três e eu me vi numa situação onde precisava de ajuda para tudo. Nesse cenário, me dei conta de que até tive alguns privilégios com relação a mães de dois, por exemplo. É possível que as coisas sejam mais complicadas com dois filhos do que com quatro? Será que, com quatro, já estamos esperando que tudo seja mais difícil e, então, não sentimos tanto o trabalho que temos?

A realidade aqui em casa, com quatro filhos.

A gente PRECISA ter ajuda. Com uma filha, eu ia ao supermercado, shopping e muitas vezes até ao salão de beleza. Pude cortar o cabelo, certa vez, com a Mônica dormindo no bebê conforto. Se eu tivesse dois filhos, um estaria no bebê conforto e outro estaria caminhando e mexendo em todas as coisas possíveis. Criança atirando esmaltes de um lado ao outro é uma cena que passa pela minha cabeça. Tendo quatro filhos, me obriguei a ter uma babá diariamente comigo, coisa que com certeza não teria feito se fossem “só” dois. Como não consigo levá-los ao mercado, à padaria ou ao salão, me dou ao “luxo” de ter uma babá que cuida deles e eu posso ir sozinha a esses lugares. Sem contar que trabalho fora.

Noites de sono. Eu dormi muito mais durante a noite com os trigêmeos do que quando eu tinha somente Mônica. Eu amamentava Mônica em livre demanda, e ela acordava diversas vezes a noite. Com os meninos, a correria durante o dia era tão intensa que me senti obrigada a contratar uma babá para me ajudar durante a noite. Nos primeiros dois meses, eu cuidava sozinha deles e o marido ajudava quando mais do que um chorava ao mesmo tempo. Mas ele tinha que trabalhar no dia seguinte. Então, contratamos a babá noturna, que ficou fazendo esse horário durante exatamente um ano. Nas primeiras semanas, ela cuidava mas eu ficava junto. Com o passar do tempo, ela foi dando conta sozinha e eu passei a dormir.

Necessidade de rotina. Eu preciso me organizar e ter rotina para conseguir passar bem a semana. Temos o dia certo do supermercado e da feira, os dias da faxineira e, principalmente, os horários que as crianças fazem todas as atividades. Não uso mais o caderno de controle da atividades, mas ainda temos a rotina bem estabelecida para que tudo funcione bem. É uma tranquilidade poder se programar e se organizar dessa forma.

A disputa pela atenção da mãe. Aqui em casa, a gente se desdobra com quatro, claro, mas quando se tem um time assim tão grande em casa, eles acabam aprendendo a esperar a vez. Eles disputam minha atenção, mas quando preciso dar atenção especial a apenas um em um determinado momento, os outros acabam esperando juntos e se entretendo com alguma outra coisa, juntos. Acabam esquecendo que queriam a mãe.

Rebelião. Como a turma é grande, às vezes eles ficam tão felizes brincando que resolvem enlouquecer juntos. Nesses momentos, eles se unem e querem me empurrar ou me jogar almofada, tudo de brincadeira, claro. Acabam fazendo uma bagunça tão grande que a gente pensa que passou um furacão.

Arrumação da casa. Ainda sobre ter ajuda… Foi estabelecido aqui em casa que a babá também me ajuda com as roupas das crianças. Tenho um faxineira que vem duas vezes por semana limpar a casa, mas quem cuida da roupa deles é a babá. Não me imagino fazendo todas essas coisas sozinha.

Em coração de mãe sempre cabe mais um. Viramos mãe e o amor que sentimos pelo filho é tão especial e intenso que nos perguntamos se seria igual se tivéssemos o segundo. Eu aprendi que o amor realmente se multiplica e que, no coração de uma mãe, sempre cabe mais um filho. Como eu programava só mais um, às vezes olho para os três e penso: “qual deles teria sido aquele ‘um’?” Não consigo nem brincar de escolher. Penso individualmente nas características de cada um e sinto saudade dos outros. Cada um dos quatro filhos é especial à sua maneira e o amor que sinto por cada um é imensurável.

quatro filhos

Filhos sempre vêm para trazer alegrias. Depois de nos assustarmos com a quantidade, condicionamos nosso pensamento para aproveitar ao máximo todas as emoções que ter esses quatro seres adoráveis nos proporcionam. Temos altos e baixos, momentos bons e ruins, mas no final do dia, é só o amor que importa. O resto a gente dá jeito.

Até mais!

14 comentários

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    Camila Magnusson

    Michele, que lindo esse post depoimento. Acho que vc escreveu tudo o que eu estava precisando, pois estou na minha primeira gestação ( 27 semanas) e quase morri quando descobri que eram trigêmeos. Na verdade agora sei que são três menininhas e infelizmente sempre acabei pensando mais nas dificuldades que nas felicidades que vc acabou de apresentar. Seu blog me ajudou muito e me orientou em muitas coisas. Obrigada pela generosidade.
    Um abraço!!!

    1. Michele Kaiser

      Que bom saber que o blog ajuda outras mães que se encontram na mesma situação que já enfrentei. O susto é grande, a preocupação é infinita, mas a recompensa vale a pena, especialmente agora nessa fase gostosa que estamos vivendo. Um beijo e continue nos acompanhando! Vem contar tua história depois do nascimento deles!

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    Patrícia Almeida

    Exatamente, Michelle!!! Tenho um filho mais velho de 5 anos e um casal de gêmeos de 1 ano, não é fácil mas não troco por nada desse mundo!!!

    1. Michele Kaiser

      Sempre damos um jeito. O amor é demais! Um beijo!

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    Rebeca

    Amei sua história Michele, estou exatamente na mesma situação, tenho o Cadu com 1 ano e estou com 29 semanas de gestação de mais 3 meninos. Só de pensar na chegada deles já me vejo desesperada e sem saber o que esperar, se serão tranquilões ou não, como serão as madrugadas e etc. Ainda não tenho babá, estou esperando eles nascerem para ver como vou me virar, já que o meu primeiro foi super tranquilo e sempre dormiu bem a noite, tenho uma pessoa que vem me ajudar com a casa, diarista 3x na semana, mas quero que ela venha todos os dias. Seu blog é ótimo para pessoas que estão nesta situação e não sabem o que esperar, quero mais é mais dicas ao tempo que sua galerinha for crescendo.

    1. Michele Kaiser

      Tomara que você encontre tudo que está procurando por aqui! Se não encontrar, me envie sugestões no email contato@ostrigemeosdamichele.com.br! Parabéns pela gestação. Boa hora para você.

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    Raquel Barbato

    Michele. Sou casada mas ainda não tenho filhos. . Meu marido brinca que teremos gêmeos ( com toda certeza ele nem sonha o trabalho que dá, e por isso deseja tanto…kkkk) . Enfim, enquanto nao tenho meus gêmeos (rsrsrs ) curto seus Tris, e sua Monica linda!!!
    Que Deus continue abençoando vcs todos! Muita saúde e disposição!

    Bjus

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    Julienny

    Parabéns pelo seus bebês e sua princesa linda que vc tem bjssss

    1. Michele Kaiser

      Obrigada!!! Um beijo!

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    Priscila

    Adorei o post relato tudo que eu sinto mas infelizmente nao tive condiçoes de contrata uma baba e nem uma pessoa pra limpa a casa eu me viro sozinha com as 4 crianças mas os meninos trigemeos são bem tranquilos claro os primeiro 3 meses eu nem sei como suportei pois alem das dores da cesariana cuidava deles dia e noite nao dormia nunca virei um completo sumbi tive depressao e estres mas passo foi uma fase e hj ja peguei o ritmo e tenho rotina tanto pra casa como pra eles e sei que dou conta super bem amo demais esses 4 meninos que Deus me del a honrra de ser mamae bjo Michele

    1. Michele Kaiser

      Deus nos deu essa honra! Tudo de bom!

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    Silvia

    Adorei o post, passei pelo mesmo susto e eram só gêmeas, quase enlouqueci no começo, abri mão de toda a minha vida pra cuidar delas, e realmente a gente precisa de ajuda e rotina pra tudo, mas vale a pena.

    1. Michele Kaiser

      Precisa mesmo! Um beijo!

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