Me disse um parente, alguns anos atrás, que “cuidá-los é fácil, difícil mesmo é educar os filhos”. Por ter vindo de um pai que havia passado um ano com um bebê que chorava muito, a frase me marcou bastante. Mas eu ainda nem tinha filhos.
Com a vinda dos trigêmeos, que foram meus “segundos” filhos (a Mônica é minha mais velha), imaginei que não poderia haver, no mundo, coisa mais difícil do que cuidar de filhos múltiplos! Dar de mamar à três, trocar 15 fraldas por dia, ensiná-los a dormir, viver feito um zumbi… Passei por tudo isso achando que, quando essa fase passasse, tudo haveria de ser melhor e mais fácil.
Mas meus filhos aprenderam a caminhar, a subir nos móveis, a brigar pelos brinquedos e utensílios domésticos, a morder uns aos outros. Passaram a fazer uma arte atrás da outra. Estão com 1 ano e 9 meses. A gente chama atenção, conversa, diz “não” olhando bem olho no olho, agachado à la supernanny. Nada parece adiantar. Quanto mais a gente fala, mais eles testam a gente. E quando um entende e pára de fazer o que não deve, o outro vê o caminho livre e tenta a mesma arte. Tenho me visto louca por aqui. Eles estão sempre correndo perigo!
Matheus e Marcelo brigando pelo brinquedo
Educar os filhos: os valores e o respeito
A tarefa diária é amenizar e separar as brigas, fazendo cada um entender que é importante respeitar o irmão e o espaço do outro. Todos os dias ensinamos que é correto dividir, que morder ou bater machuca e faz “dodói”, que não é bonito causar dor ou sofrimento no irmãozinho. Ensinamos que ficar brabo não adianta, que o correto é esperar sua vez com o brinquedo e que há, afinal, tantas coisas legais para brincar. Buscando ensinar todos os nossos valores a eles, principalmente o respeito. Mas é uma tarefa árdua e demorada.
Quando eles completaram um aninho, eu disse à uma amiga que um dos melhores presentes que o filho pode nos dar é fazer um ano. Porque, né, vamos combinar que o primeiro ano do bebê é bem difícil. E eu, no caso, tinha três bebês ao mesmo tempo. Minha amiga me respondeu: “o bom mesmo é quando fazem 3 anos!”. Sou obrigada a dar razão à ela, considerando que ainda tenho o desfralde pela frente.
Sigo em minha luta para cuidar e educar os filhos da melhor maneira possível. Mantendo minha sanidade mental, tentando não gritar com eles, contando com a ajuda do marido para colocar ordem mas sempre demonstrando carinho. Regras são úteis, mas difíceis de pôr em prática com tantas crianças. E olha que a gente mantém um regime militar por aqui, com rotina seguida à risca! A paciência a gente ainda precisa exercitar bastante, mas o amor… Ah, esse a gente tem de sobra!!